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A recontextualização e o nível de exigência conceitual do conhecimento escolar

O estudo empírico descrito neste artigo focalizou as transformações que ocorrem no discurso pedagógico em relação ao nível conceitual do conhecimento e visou ampliar a compreensão do processo de constituição do conhecimento escolar. Foi conduzido em uma escola da rede pública estadual, no município de Valinhos, Estado de São Paulo, e as fontes de pesquisa foram os Parâmetros Curriculares Nacionais de Ciências Naturais, um livro didático e as aulas de uma professora da 8ª série do ensino fundamental. Adotaram-se os procedimentos de análise documental e observação de aulas, e a principal referência teórico-metodológica foi a teoria de Basil Bernstein. A metodologia mista de investigação adotada nesta pesquisa mostrou-se interessante por permitir que uma abordagem quantitativa demarcasse um espaço de reflexão sobre os aspectos qualitativos envolvidos na análise do processo de recontextualização. Os resultados flagraram o processo de recontextualização e revelaram que, ao longo desse processo, ocorreu um empobrecimento do nível de exigência conceitual. Isso se deu - dentro dos limites desta investigação - por meio de perdas no que se refere à intradisciplinaridade, à complexidade das competências científicas e à complexidade dos conteúdos científicos mobilizados no processo de ensino/aprendizagem. Identificados os pontos nos quais ficou mais evidente a tendência às perdas no nível de exigência conceitual do conhecimento escolar, ressaltam-se elementos que podem trazer alguma contribuição para os processos de produção e implantação de políticas educacionais, bem como de produção de materiais didáticos e de formação dos professores.

Conhecimento escolar; Recontextualização; Exigência conceitual


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