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Operando com conceitos: com e para além de Bourdieu

O objetivo principal do artigo é destacar a importância de operar com conceitos, aceitando os desafios postos pela realidade empírica. Para isso, foi tomado como referência o material empírico produzido pelas pesquisas desenvolvidas pelo Grupo de Pesquisas em Sociologia da Educação - SOCED/PUC-Rio. Bourdieu, em várias ocasiões, questionou a leitura meramente teórica de seus conceitos. "Pôr em jogo as coisas teóricas" foi a recomendação do autor em várias ocasiões. Neste texto, buscamos exemplificar os desdobramentos da experiência de operar com os conceitos desse pesquisador, focalizando dois aspectos principais: as condições de transformação do habitus; e os contornos empíricos do capital cultural entre elites escolares estudadas em instituições de prestígio do Rio de Janeiro. No caso do estudo do capital cultural, ficou evidente a proposta dele de trabalhar "com e contra os autores". Em que pese o valor da obra desse autor da Sociologia da Educação, o delineamento empírico do capital cultural, em sua vasta obra, é credor da realidade francesa nas décadas em que desenvolveu suas pesquisas. Para operar com o conceito de capital cultural de forma adequada aos desafios empíricos que enfrentamos, recorremos a autores que tematizaram as transformações no campo cultural para além da perspectiva das fronteiras entre a alta cultura e cultura popular analisadas por Bourdieu.

Habitus; Capital cultural; Transformações; Práticas culturais; Elites escolares


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