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Análise das condições de produção de Cidade dos homens: articulações entre Educação e Comunicação

O presente artigo propõe articulações entre Comunicação e Educação ao investigar as condições de produção de um programa televisivo. Partindo do pensamento arqueológico de Michel Foucault e ressaltando a inseparabilidade entre teoria e método, questiona as noções de causalidade e linearidade na busca de uma 'origem' do objeto de pesquisa que intentamos estudar. Procura, sim, apontar para múltiplas condições de emergência da microssérie Cidade dos homens. Para tanto, seleciona os programas veiculados no período de 2002 a 2004 na Rede Globo, destacando a originalidade de sua temática e a contemporaneidade de sua produção. Pergunta-se também de que modo o programa apresenta verdades sobre jovens negros e moradores da periferia, personagens até há pouco excluídos do espaço de protagonistas em um seriado de ficção. O estudo procura considerar a força que os movimentos sociais vêm conquistando na sociedade brasileira, movimentos reconhecidamente políticos, marcados pela contestação e que começam a fazer parte também da esfera televisiva. Torna-se importante, a partir disso, considerar a forma como a televisão incorpora o discurso desses movimentos e o transforma para ser devolvido ao público. O trabalho de investigação sobre a mídia televisiva, mais precisamente a partir da análise de imagens, ao implicar uma posição ética e política, torna-se tarefa fundamental para qualquer interessado na formação de sujeitos comprometidos com cultura, ética e educação.

Televisão; Educação; Michel Foucault; Cidade dos homens


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