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“Uma geração pode continuar a outra”: João Cabral de Melo Neto e o modernismo

RESUMO

Em artigo publicado em 1952, Sérgio Buarque de Holanda destacou o extremo intelectualismo da obra de João Cabral de Melo Neto. O crítico afirmou que sua “poesia mental” não cabia nos padrões modernistas e que nela, pela primeira vez no Brasil, o trabalho da inteligência ganhava posição privilegiada. A despeito da originalidade de sua poesia, a verdade é que, para João Cabral, o modernismo constituiu-se numa espécie de cordão umbilical. Em princípio, sua obra esteve bastante vinculada às poéticas de Carlos Drummond de Andrade e Murilo Mendes. Depois, ele afirmou sua discordância com os valores da Geração de 45, que se opunha ao modernismo, dizendo que as possibilidades abertas pelo movimento estavam longe de ser esgotadas. Apesar de criticar Mário de Andrade, a sua concepção do “trabalho de arte” ecoava alguns ensaios do autor de Macunaíma. Este artigo pretende refletir sobre o legado modernista por meio da atualização proposta por João Cabral.

PALAVRAS-CHAVE:
João Cabral de Melo Neto; Mário de Andrade; Carlos Drummond de Andrade; Modernismo; Poesia moderna

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