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A droga da subversão: anticomunismo e juventude no tempo da ditadura1 1 Este texto é fruto do Estágio Pós-Doutoral 2018/2019 desenvolvido na Universidade Federal de Minas Gerais e na Universidade do Porto. Grato a Rodrigo Patto Sá Motta e a Manuel Loff pelo acolhimento e diálogos, bem como aos pareceristas anônimos da Revista Brasileira de História pelos comentários. Os eventuais equívocos e lacunas são de responsabilidade exclusiva do autor.

The Drug of Subversion: Anti-Communism and Youth in the Time of the Dictatorship

RESUMO

Amparado no uso de acervos repressivos, o artigo explora representações anticomunistas difundidas pela comunidade de segurança e informações, que associaram o uso de drogas a uma estratégia do movimento comunista internacional para corromper a juventude durante a ditadura. Essa acusação se vinculava a uma tradição anticomunista conspiracionista atualizada pela Guerra Fria e pelos protestos juvenis nos anos 1960/1970, impactada pela modalidade repressiva transnacional da guerra às drogas desenvolvida pelos Estados Unidos. Esses elementos convergiram com argumentos do probicionismo que tomavam a droga como o fantasma do mal vinculado à destruição da família e à devassidão moral-sexual. Por isso, alguns documentos sobre a toxicomania comunista no Brasil modelaram essa percepção. Em paralelo ao pânico anticomunista, a repetição do argumento não esteve fundamentada em evidências. Essas frações inflacionaram o perigo vermelho, instrumentalizando-o para demarcar posições políticas ao longo da ditadura militar.

Palavras-chave:
Anticomunismo; ditadura; juventude; drogas; proibicionismo

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