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A escrita e as suas funções na missão jesuítica do Brasil quinhentista

Qual a importância da perenidade da escrita e das suas funções no quadro da missionação jesuítica, durante os primeiros tempos do Brasil Colonial? O registo descritivo-narrativo do ambiente natural e dos homens (índios, brancos e negros), que eram objecto de (re)cristianização, converteu-se em obrigação (quadrimestral e depois anual) para todos os agentes da "Companhia". Os mais preocupados com a acção deixaram, sobretudo, cartas de carácter narrativo; os mais contemplativos e curiosos descreveram paisagens, plantas, animais e homens com grande interesse pré-científico. Convertido em "língua de Império", o português era, contudo, insuficiente para a acção missionária, pelo que se estudou e registou a "língua brasílica", promovendo-a a "língua de cultura". Internamente, para os jesuítas, escrever era a forma de representar o "Companheiro" (matando a saudade) e, deste modo, concorrer para a formação de um corpo místico (institucional) que extravasava o Império Luso e reforçava a República Cristã.

língua de Império; língua de cultura; carta ânua; legado pré-científico


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