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As redes de solidariedade da cor: o caso dos compadres Manoel e Lauriano

The Colour Solidarity Networks: the case of the 'compadres' Manoel and Laurino

O artigo baseia-se na analise de um processo criminal de 1831, no qual os réus, pardos, são acusados de assassinar um homem branco. No teor dos depoimentos revela-se a formação de uma aliança solidária dos pardos, em função das categorias que definem as posições e juízos a respeito do crime. Testemunhas pardas e crioulas, livres e forras, produzem um consenso construindo uma versão contra a vítima, o homem branco. Uma visão sobre o certo e o errado solidariza a todos e, dentro dela, uma percepção específica da justiça une pardos, crioulos e cabras. Propõe-se que a solidariedade com base na identidade entre "pardos" possa ter tido uma intencionalidade e motivações associadas aos debates políticos da época, travados entre liberais moderados e conservadores, a respeito da conceituação e inclusão dos ‘pardos’ no projeto de nação. Representa uma tentativa de se captar, nos indícios disponíveis, a formação de processos identitários com base na cor e na condição, categorias ordenadoras fundamentais da sociedade escravista.

pardos; redes de solidariedade; identidade


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