Correspondências
RAMB
A nova revista da Associação Médica Brasileira foi feita a primor. O esmero está na capa, nas seções apresentadas, agradando tanto o especialista como o generalista pela escolha dos temas e pela diagramação. De parabéns o conselho editorial e o Dr. Eleuses Vieira de Paiva por mais esta iniciativa.
JOAQUIM PAIVA MARTINS
JOÃO PESSOA PB
Nota Prévia
TRATAMENTO SUPRAPERIOSTAL DO CORPO ADIPOSO INFRAORBITAL (SOOF) EM BLEFAROPLASTIA INFERIOR
O tratamento da região zigomática e sua suspensão visando a atenuação do sulco nasolabial tem sido realizado apenas através da ritidoplastia, mesmo assim com resultado insatisfatório. Na década de 90, iniciou-se o tratamento desta região através da blefaroplastia inferior com o descolamento do SOOF ( sub orbicularis oculi fat ou corpo adiposo infraorbital ) e fixação do mesmo.
A utilização desta técnica subperiostal tem atenuado o sulco nasolabial e melhorado o aspecto da região zigomática. Entretanto, nesta técnica o edema pós-operatório persiste por tempo prolongado¹,².
Por este motivo idealizamos o descolamento "supraperiostal" do SOOF, não descrito na literatura, na tentativa de diminuir o edema.
No estudo piloto realizamos 16 casos de blefaroplastia inferior com descolamento supraperiostal do SOOF, suspensão e fixação do mesmo na margem inferior da órbita.
O edema pós-operatório tem sido menor quando do descolamento subperiostal, descrito na literatura¹,².
Baseados nesta observação, estamos realizando um estudo prospectivo, randomizado e padronizado da técnica da blefaroplastia inferior (retalho cutâneo ou musculocutâneo) associada ou não ao descolamento supraperiostal do SOOF, com suspensão e fixação destes tecidos.
O objetivo deste estudo é analisar e mensurar a evolução pós-operatória quanto à equimose, ao edema, à elevação do sulco nasolabial, resultado estético e impacto na qualidade de vida.
Foram selecionadas 32 pacientes do sexo feminino, caucasianas, com idade entre 45 e 60 anos, excluindo aquelas com doenças associadas e tratamento prévio sobre a região.
As pacientes serão submetidas à cirurgia de blefaroplastia sob anestesia local. A blefaroplastia superior seguirá a técnica clássica, com ressecção de fuso de pele e tratamento das bolsas de gordura.
GRUPO I: A blefaroplastia inferior será realizada por incisão infraciliar, com descolamento do retalho cutâneo ou musculocutâneo e tratamento das bolsas de gordura.
GRUPO II: Nas pacientes randomizadas será realizado o descolamento supraperiostal, suspensão do SOOF e fixação deste ao periósteo da margem da órbita com três pontos de mononylon 4-0 incolor, tracionando assim os tecidos da região zigomática superiormente.
Todas as pacientes irão responder ao protocolo pré-estabelecido e a questionários que avaliarão a auto-estima (questionário de Rosemberg) e a qualidade de vida (questionário SF-36). Serão fotografadas (padronização detalhada) em tempos determinados e avaliadas por três cirurgiões plásticos não envolvidos no protocolo, especialistas, membros titulares da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, com pelo menos o título de mestrado e 10anos de formação em cirurgia plástica. O seguimento das pacientes será feito por um período de 6 meses.
Referências
1. Farrior RT, Kassir RR. Management of malar folds in blepharoplasty. Laryngoscope 1999; 108:1659-64.
2. Moelleken B. The superficial subciliary cheek lift, a thechnique for rejuvenating the infraorbital region and nasojugal groove: a clinical series of 71 patients. Plast Reconst Surg 2000; 104:1863-76
LYDIA MASAKO FERREIRA, ANELISA
CAMPANER, ANA PAULA POLLATO, TESSIE
MARIA KRENISKI, DANIELA S. DE FREITAS
Departamento de Cirurgia, Disciplina
de Cirurgia Plástica da Universidade
Federal de São Paulo - Escola
Paulista de Medicina S. Paulo, SP.
CORRESPONDÊNCIA:
R. Napoleão de Barros, 715 4º andar
Vila Clementino CEP 04024-900 São Paulo SP