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Ocorrência de Phytophthora parasitica em lírio da paz no Brasil

Occurrence of Phytophthora parasitica in peace lily in Brazil

NOTAS FITOPATOLÓGICAS PHYTOPATHOLOGICAL NOTES

Ocorrência de Phytophthora parasitica em lírio da paz no Brasil

Occurrence of Phytophthora parasitica in peace lily in Brazil

Ivan H. Fischer; Marise C. Martins; Silvia A. Lourenço; Fabiana M. de Abreu

Departamento de Entomologia, Fitopatologia e Zoologia Agrícola, Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", Universidade de São Paulo, Cx. Postal 9, CEP 13418-900, Piracicaba, SP, fax (0xx19) 3434-4839, e-mail: ihfische@esalq.usp.br

ABSTRACT

The occurrence of root and crown rot of Spathiphyllum wallisi caused by Phytophthora parasitica is reported for the first time in the State of São Paulo, Brazil.

A planta Spathiphyllum wallisi Regel, conhecida como lírio da paz, é muito usada na decoração de interiores, se adaptando bem em locais sombreados. Em fevereiro de 2003, amostras de lírio da paz, procedentes de estufas de produção, localizadas no município de Cordeirópolis, SP, com necrose do bulbo e conseqüente amarelecimento das folhas baixeiras e murcha das plantas (Figura 1) foram encaminhadas para análise na Clínica Fitopatológica da ESALQ/USP. Procedeu-se estudos de diagnose e testes de patogenicidade em mudas sadias, com o objetivo de se identificar o agente causal. Fragmentos de bulbos lesionados, previamente desinfestados em álcool 70%, foram plaqueados em meio de cultura ágar-água, seguido da repicagem para batata-dextrose-ágar (BDA). As placas foram armazenadas em condições ambientais de laboratório sob luminosidade contínua. O isolado obtido apresentou aspecto cotonoso em cultura, micélio cenocítico, esporangióforos e esporângios limoniliformes. O teste de patogenicidade foi realizado através da inoculação de 100 ml de uma suspensão de esporos (104 zoósporos/ml) sobre o colo de plantas sadias de lírio da paz, de dois meses de idade. As plantas foram mantidas em casa de vegetação em condições de temperatura ambiente (26 ºC ± 3 ºC). Para a testemunha utilizou-se apenas água. Com base em análises morfológicas e fisiológicas, o isolado foi identificado como Phytophthora parasitica J. F. Dastur (Ho, H.H. Mycologia 73:705-714, 1981), apresentando esporângios limoniformes, papilados (Figura 2) e não caducos. Houve crescimento micelial em meio de cultura BDA, a 37 ºC, e uma maior formação de esporângios quando as culturas foram mantidas em água. A reprodução dos sintomas de P. parasitica em S. wallisi foi confirmada após seis dias da inoculação. Observou-se necrose da haste, seguida de murcha e morte das plantas. O patógeno foi reisolado dos tecidos infetados, comprovando sua patogenicidade. Este é o primeiro relato da ocorrência de P parasitica afetando lírio da paz no Brasil.



Aceito para publicação em 07/05/2004

Autor para correspondência: Ivan H. Fischer

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    06 Jan 2005
  • Data do Fascículo
    Dez 2004
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