Abordagem passo a passo para reabertura de instituição de ensino superior brasileira na pandemia de COVID-19

RESUMO

Objetivos:

descrever a experiência de reabertura de uma instituição de ensino superior brasileira na pandemia de COVID-19.

Métodos:

relato das experiências vivenciadas no plano de abordagem passo a passo para reabertura de uma instituição de ensino superior brasileira de Enfermagem em São Paulo, Brasil, no período de maio/2020 a maio/2021.

Resultados:

o plano foi construído e operacionalizado por um grupo com estudantes, docentes e servidores técnico-administrativos. As reuniões semanais ou quinzenais ocorreram conforme as mudanças no panorama epidemiológico e a necessidade de revisão das ações técnicas e políticas locais.

Conclusões:

sugerimos que o plano de reabertura na pandemia de COVID-19 seja legitimado política e tecnicamente entre todos os membros da comunidade de uma instituição de ensino superior para que ocorra, de forma ágil e sustentada, a identificação precoce de casos de COVID-19 e a adoção de medidas administrativas locais visando reduzir o risco de surtos.

Descritores:
COVID-19; Controle de Doenças Transmissíveis; Escolas de Enfermagem; Pandemias; Planejamento em Saúde

ABSTRACT

Objectives:

to describe the experience of reopening a Brazilian higher education institution during the COVID-19 pandemic.

Methods:

experience report of a step-by-set approach to reopening a nursing higher education institution in São Paulo, Brazil, from May 2020 to May 2021.

Results:

the plan was created and operated by a group including students, professors, and technical-administrative workers. Weekly or by-weekly meetings occurred according to changes in the epidemiological situation and the needs to review the local technical and political agreements.

Conclusions:

we suggest that reopening plans during the COVID-19 pandemic should be politically and technically legitimated by all members of the community of a higher education institution so that they can take place quickly and sustainably. The early identification of COVID-19 cases and the adoption of local administrative measures are necessary to reduce the risk of outbreaks.

Descriptors:
COVID-19; Communicable Disease Control; Schools, Nursing; Pandemics; Health Planning

RESUMEN

Objetivos:

describir la reapertura de una institución de enseñanza superior brasileña en la pandemia COVID-19.

Métodos:

informe de las experiencias vividas en el plan de abordaje paso a paso para reapertura de una institución brasileña de enseñanza superior de Enfermería en São Paulo, Brasil, de mayo/2020 a mayo/2021.

Resultados:

el plan fue construido y puesto en marcha por un grupo con estudiantes, profesores y servidores técnico-administrativos. Las reuniones semanales o quincenales se producían en función de los cambios en el panorama epidemiológico y de la necesidad de revisar los pactos técnicos y políticos locales.

Conclusiones:

sugerimos que el plan de reapertura se legitime política y técnicamente entre todos los miembros de la comunidad de una institución de enseñanza superior para que se produzca, de manera ágil y sostenida, la identificación precoz de casos y la adopción de medidas administrativas locales encaminadas a reducir el riesgo de brotes.

Descriptores:
COVID-19; Control de Enfermedades Transmisibles; Facultades de Enfermería; Pandemias; Planificación en Salud

INTRODUÇÃO

O reconhecimento da pandemia de COVID-19 em 11 de março de 2020 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) suscitou urgência na implementação de medidas para frear a disseminação do vírus SARS-CoV-2 nos estabelecimentos de ensino de todos os níveis(¹). Conforme a epidemia foi avançando, observou-se que medidas preventivas não farmacológicas, como uso de máscara, distanciamento físico e higiene das mãos foram indispensáveis para considerar a reabertura(²).

Experiências internacionais mostram que é desejável uma combinação de estratégias para redução da disseminação do vírus e adoção massiva das práticas de prevenção e controle da infecção por SARS-CoV-2(³). Em decorrência disso, a aprendizagem presencial precisou ser adaptada ao contexto sanitário local, regional e nacional com o incremento de recursos tecnológicos para o ensino remoto. Há de se ponderar sobre os obstáculos que surgiram durante o fechamento e processo de reabertura(⁴).

Estudo de base documental realizado em 19 países membros da União Europeia que compõem o G20 reforça a ideia de que a reabertura das instituições escolares será válida se diretrizes de proteção forem implementadas. Sem proteção adequada, os riscos de retomada podem aumentar significativamente os impactos da COVID-19 na população(⁵).

Mesmo em países em que as instituições universitárias não interromperam as atividades presenciais, como em Taiwan, as diretrizes gerais garantiram a segurança de todos os membros da comunidade universitária, por meio de força-tarefa com triagem de risco: histórico de viagens, ocupação, contatos, auto-monitoramento de saúde e quarentena quando aplicável; medidas gerais de higiene (incluindo uso de máscaras em ambientes internos); princípios de boa ventilação e sanitização; notificação de casos suspeitos; consensos políticos e técnicos para fechamento, reabertura e cronograma de reposição, quando necessário(⁶).

Tendo em vista a lacuna de conhecimento sobre uma doença nova e considerando que somente o alcance populacional geral das medidas preventivas não farmacológicas adaptadas ao contexto brasileiro iriam garantir a redução de novas infecções, as instituições de ensino superior de Enfermagem enfrentaram diversos desafios. Ademais, estudantes de enfermagem tiveram que prosseguir remotamente com a formação profissional remotamente ao mesmo tempo em que obedeciam as determinações de autoridades sanitárias nacionais nas três esferas de governo (federal, estadual e municipal)(⁷).

A descrição detalhada das experiências de gestão local numa instituição brasileira de ensino superior de Enfermagem para reabertura sustentável durante a emergência sanitária internacional da COVID-19 pode ser interessante para a prevenção e manejo de epidemias futuras.

OBJETIVOS

Descrever a experiência de reabertura de uma instituição brasileira de ensino superior de enfermagem na pandemia de COVID-19.

MÉTODOS

O presente artigo é um relato de experiência sobre a abordagem passo a passo para a reabertura da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EEUSP), na cidade de São Paulo, Brasil. No momento em que as universidades voltam à reabertura total, justifica-se essa publicação por sua contribuição ao conhecimento sobre os pilares essenciais de um retorno seguro, com atenção aos detalhes inerentes ao ensino presencial teórico e prático de enfermagem.

A EEUSP é uma das 42 unidades de ensino da Universidade de São Paulo, maior Universidade da América Latina. A Escola de Enfermagem tem um histórico de 80 anos; é organizada em quatro departamentos, com um contingente de aproximadamente 615 estudantes (327 de graduação, 288 de pós-graduação), 64 professores (17 temporários, 47 efetivos), 97 servidores técnicos e administrativos e 24 trabalhadores de empresa terceirizada (limpeza e segurança), 18 profissionais residentes e incontável presença de pesquisadores que tem circulado na instituição.

Antecipou-se às orientações gerais da Universidade e, em 11 de março de 2020, prontamente instituiu o Grupo de Trabalho (GT) EEUSP COVID-19, com o objetivo de reunir informações e operacionalizar as recomendações das autoridades sanitárias no nível local — inclusive, o trabalho desse grupo foi útil na posterior composição do plano sanitário para a retomada gradual das atividades presenciais na instituição. Em 17 de março de 2020, seguindo as diretrizes da universidade, suspenderam-se as atividades de ensino presencial, eventos científicos, atendimento ao público e outros que representavam aglomeração. Isso significou a restrição das atividades presenciais em todos os oito campi instalados em 15 municípios do estado de São Paulo, com impacto na circulação de cerca de 89 mil estudantes, 5,8 mil professores e 14 mil funcionários técnicos e administrativos(⁸).

A premissa basilar para a elaboração do plano local esteve alinhada com o que foi determinado pelo Plano da Universidade de São Paulo; e suas atualizações subsequentes foram baseadas no Plano São Paulo do Governo do Estado de São Paulo(⁹). A finalidade do GT foi elaborar, executar e acompanhar o plano sanitário local, cujo objetivo foi estruturar a retomada progressiva das atividades acadêmicas e administrativas presenciais, com o máximo de segurança. O artigo trata do período de maio de 2020 a maio de 2021, ainda que o plano sanitário esteja em plena revisão até a preparação do presente relato.

Os autores do artigo participaram da elaboração e desenvolvimento do plano de abordagem passo a passo para reabertura da instituição. As experiências vivenciadas durante o primeiro ano de implementação do plano foram analisadas à luz dos documentos contidos no site da instituição em setembro de 2021.

RESULTADOS

O GT contou com a coordenação de docentes da EE e foi constituído por professores, servidores técnicos e administrativos, estudantes de graduação, estudantes de pós-graduação e pesquisadores pós-doutorandos. O grupo se reuniu de forma frequente, com encontros semanais ou quinzenais, conforme mudanças sobre a situação epidemiológica. Como premissa, o GT considerou que a elaboração do plano deve estar pautada no conhecimento científico e nas normativas das autoridades sanitárias, necessitando ser atualizado à medida que novos conhecimentos ou recomendações fossem surgindo. Foram definidos cinco pilares basilares para compor o plano sanitário para a retomada gradual das atividades presenciais na instituição, considerados indissociáveis entre si. Eles atendem às finalidades estatutariamente previstas na Universidade relacionadas ao ensino, pesquisa e extensão de serviços à comunidade, conforme Figura 1(¹⁰). Os membros do GT distribuíram-se nos cinco pilares.

Figura 1
Representação esquemática dos pilares do Plano de Retomada da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, Agosto, 2020

O conteúdo completo do Plano pode ser acessado no endereço https://sites.google.com/usp.br/gtee-covid-19.

Pilar 1 - Estabelecimento de medidas administrativas e de engenharia

O GT identificou, como uma das primeiras frentes a ser instituída no plano, a necessária adoção das medidas de prevenção nos espaços físicos compartilhados, conforme indicavam as autoridades sanitárias internacionais, nacionais e locais(¹-²,⁹,¹¹).

Foram tomadas medidas administrativas e de engenharia para interromper a cadeia de transmissão da doença e diminuir os riscos nas dependências da EEUSP. Fez-se a reorganização dos espaços físicos e dos processos de trabalho, como salas de aula e laboratórios, aquisição de barreiras acrílicas, sinalização dos espaços, definição de medidas gerais de higiene, ventilação, limpeza e desinfecção a serem adotadas individualmente e por todos os setores. Por fim, foram dadas orientações sobre o teletrabalho e aulas não presenciais (síncronas e assíncronas).

Para a definição das medidas a serem adotadas, conside-raram-se dois elementos: a hierarquia dos controles de risco ocupacional ambiental (Figura 2) e a estimativa de risco potencial na atividade realizada na EEUSP (Quadro 1).

Figura 2
Hierarquia dos controles de risco ocupacional ambiental

Quadro 1
Risco potencial nas atividades relativas à Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, Agosto, 2020

Nível estimado	Descrição
Alto	Refere-se às atividades de prestação direta de atenção à saúde, durante atividades de ensino, extensão ou pesquisa, independentemente do atendimento de pacientes com diagnóstico conhecido ou suspeito da COVID-19. Engloba a prestação de assistência no âmbito hospitalar, na Atenção Primária, na atenção domiciliar, em saúde mental, e outros serviços de saúde.
Médio	Refere-se às atividades que requerem o agrupamento de pessoas. Engloba atividades em laboratórios de ensino, salas de aula, atendimento ao público, limpeza ambiental.
Baixo	Refere-se a atividades que são desenvolvidas individualmente ou em espaços restritos (7 m2 = 1 pessoa, no máximo, ocupando o ambiente).

Com base nesses elementos, foram estabelecidas medidas para isolar as pessoas das fontes de risco ou alterar os processos para minimizar esses riscos. Essas incluiram a sinalização dos espaços com distanciamento mínimo de 1,5 m para evitar aglomeração, provimento de dispensadores de álcool em gel para higienização das mãos, bloqueio de bebedouros coletivos, aquisição de termômetros, intensificação da limpeza dos ambientes e outras medidas de organização do ambiente.

Adicionalmente, considerou-se que medidas administrativas podem também auxiliar na redução do estresse relacionado às atividades laborais e de ensino, quando planejadas adequadamente, incluindo a participação dos envolvidos na tomada de decisões. Assim, foram estabelecidas ações de suporte ao manejo do estresse, fadiga e ansiedade, tais como a criação de grupos de apoio na própria instituição ou facilitação ao acesso a grupos de apoio em outros institutos.

Pilar 2 – Previsão e provisão de insumos para prevenção da transmissão

O GT, ao instituir o pilar de previsão e provisão de insumos para prevenção da transmissão, realizou análise sobre a necessidade de aquisição e fornecimento de equipamentos de proteção individual (EPI) aos estudantes de graduação, professores e servidores técnicos e administrativos.

A universidade propiciou o fornecimento de um kit com máscara de tecido e protetor facial. O pilar organizou planilhas de previsão e necessidade de aquisição, como provisão da máscara N95 aos estudantes e supervisores de estágio que poderiam estar expostos a procedimentos geradores de aerossóis, considerando o contingente de pessoas, número de disciplinas e duração das atividades (número de dias). Mecanismos organizacionais de suprimento foram rapidamente estabelecidos: um fluxograma de solicitação e fornecimento de EPI, Ficha de Controle de Entrega de EPI e Recomendações para uso, higienização, descarte e armazenamento de EPI.

Pilar 3 – Monitoramento e identificação precoce de casos

O GT compôs o plano de monitoramento da comunidade EEUSP com professores, estudantes, servidores técnicos e administrativos e funcionários terceirizados que atuam nas dependências da escola. Foi feito pelo método passivo, que consiste na orientação dos membros da comunidade sobre quais são os sintomas mais frequentes para o monitoramento e suspeita de síndrome gripal(¹⁰). Adicionalmente, foi operacionalizado um componente ativo de mensuração de temperatura à entrada da instituição. O principal objetivo do monitoramento foi a identificação precoce de casos para evitar a disseminação do vírus nos espaços da EEUSP e reduzir o risco ocorrências de surtos de COVID-19 na instituição.

Periodicamente, os membros da comunidade receberam mensagens para estímulo ao monitoramento passivo por meio de e-mails institucionais e de boletim informativo. Foi indicado o preenchimento individual diário de um formulário no Google Forms®, que continha perguntas sobre sinais e sintomas e presença de caso confirmado de COVID-19 residindo com o indivíduo. O algoritmo de rastreamento de casos foi pactuado no GT, e o manejo das ações específicas para cada respondente foi realizado diariamente, de segunda a sexta--feira, por telefone.

As orientações para isolamento (caso suspeito ou confirmado) ou quarentena (contato domiciliar com caso suspeito ou confirmado) foram dadas de forma individual para cada respondente, com a orientação de avisar imediatamente a chefia ou supervisor/ coordenador de disciplina. Ademais, durante o contato telefônico com o respondente, enfatizou-se a necessidade de se ausentar das atividades presenciais na instituição e buscar um serviço de saúde para avaliação clínica. Periodicamente, os dados locais foram analisados, a fim de assegurar que as medidas vigentes estavam sendo eficazes para a prevenção da disseminação da COVID-19, tendo como meta a prevenção da ocorrência de surtos na instituição.

Pilar 4 – Treinamento específico para estudantes, docentes e servidores técnicos e administrativos

O GT indicou a organização de ações de treinamento de “Medidas de proteção à COVID-19 na retomada gradual das atividades presenciais da EEUSP”, antecedendo o retorno progressivo das atividades de ensino e extensão universitária. Todos os docentes e servidores técnicos e administrativos funcionários dos serviços terceirizados, pesquisadores pós-doutorados, estudantes de graduação e pós-graduação deveriam realizá-lo. O treinamento, na coordenação do GT, foi desenvolvido na plataforma Google Classroom®, como modalidade de ensino remoto, assíncrono. Com a estratégia, foram utilizados slides, vídeos gravados na instituição, outros vídeos indicados, devolutiva dos participantes com o envio de vídeos caseiros sobre os temas tratados no curso, respostas às questões de múltipla escolha e prática em laboratório.

O objetivo geral dos treinamentos foi oferecer informações e estímulos à construção da reflexão e implementação dos conteúdos essenciais de prevenção e controle de infecção em diferentes contextos aplicados à EE na prevenção da COVID-19. Foram definidos quatro módulos abordando conteúdos sobre as síndromes respiratórias com foco na COVID-19: 1) Novos coronavírus e a COVID-19; 2) Cuidados essenciais; 3) Aplicação em diferentes ambientes internos da EEUSP; e 4) Aplicação em diferentes contextos externos.

O GT acompanhou a adesão da comunidade da EE aos treinamentos, indicando ações para melhoria, como instituição de incentivos (mensagens de reforço e congratulação pelo término dos módulos, atestados de participação) e checagem quanto à realização dos módulos pelos supervisores de campo de estágio dos estudantes e coordenadores de disciplina.

Pilar 5 – Estabelecimento de plano de comunicação contínua para informação na comunidade

O GT entendeu que a comunicação é um pilar essencial no plano, de modo que estabeleceu ações para melhor interlocução entre ele e a comunidade EEUSP. No plano, os objetivos eram: assegurar que as informações sobre o desenvolvimento do “Plano de retomada das atividades acadêmicas e administrativas” fossem conhecidas pela comunidade EEUSP e possíveis visitantes; possibilitar a apreciação das ações propostas no “Plano de retomada das atividades acadêmicas e administrativas”; intensificar a conscientização das medidas preventivas; mediar a resolução dos conflitos; e facilitar a comunicação, colaboração e o trabalho em equipe.

A gestão da comunicação formal com a comunidade EEUSP e externa à instituição foi realizada por meio de recursos tecnológicos disponíveis na plataforma Google USP - G Suite for Education. Para conhecimento e debate ampliado do plano, o GT criou e-mail institucional; elaborou materiais educativos e informativos disponíveis na forma de boletins, infográficos, cartazes e outros; realizou encontros e reuniões periódicos semanais ou quinzenais utilizando a plataforma Google Meeting com a comunidade EEUSP; criou, com a participação de membros do GT, estudantes de Pós-Graduação, material nas plataformas digitais denominado “Plantão Coronavírus - Pílula Informativa” e “Podcast EE: Notas da Pandemia”. Por fim, o GT desenvolveu um site de acesso aberto, visando compor um repositório dos documentos e ações e como um dos meios de comunicação entre o GT e a comunidade da EEUSP.

REFLEXÕES SOBRE A EXPERIÊNCIA: LIÇÕES APRENDIDAS

A experiência na operacionalização do plano mostrou que a retomada das atividades presenciais requer um planejamento detalhado, bem como a composição de um grupo local condutor ágil que atue rapidamente na quebra da cadeia de transmissão da infecção dentro da instituição. Os resultados revelaram que o engajamento de toda a comunidade foi fundamental para que o plano tivesse êxito em consonância com achados internacionais(⁶,¹¹-¹²).

Após dois anos do início da emergência pandêmica, ainda em curso, aprendemos o quanto é crucial que as respostas técnicas sejam céleres; e a comunicação, rápida para equacionar os problemas do cotidiano. É importante ressaltar a necessidade de estabelecer uma estrutura que proporciona responsividade/ reações rápidas do grupo condutor, no qual cada membro possui o seu papel e âmbito de atuação bem definido, conforme apontam as experiências internacionais bem-sucedidas nas instituições de ensino que retomaram suas atividades presenciais durante a pandemia(⁵,⁷).

Diante de tantas informações desencontradas e fake news, se faz premente que a instituição de ensino mantenha a baliza das evidências científicas na tomada de decisão para reduzir surtos e mitigar a disseminação do vírus. O desenvolvimento do plano mostrou que ele só é possível de ser operacionalizado de forma articulada e considerando as limitações inerentes à gestão de instituições de grande porte.

CONCLUSÕES

A experiência de reabertura numa instituição brasileira de ensino superior de enfermagem na pandemia de COVID-19 prossegue sendo um desafio para o legado da gestão local no planejamento, prevenção e manejo de epidemias futuras. Sugerimos que o plano de reabertura na pandemia de COVID-19 seja legitimado política e tecnicamente entre todos os membros da comunidade de uma instituição de ensino superior, a fim de que ocorra, de forma ágil e sustentada, a identificação precoce de casos e a adoção de medidas administrativas locais para redução do risco de surtos.

AGRADECIMENTO

Aos membros do GT EE Retomada, nominado em ordem alfabética: Adriana Correia de Lima, Ana Maria Miranda Martins Wilson, Anderson de Oliveira, Clarissa Maria Oliveira Faé, Cristiane Aparecida de Andrade, Elizabeth Schubert, Giovanna de Salles Bertuzo, Juliana Silva, Karen Namie Sakata-So, Lilia de Souza Nogueira, Luize Fabrega Juskevicius, Marcos Antonio Vieira, Maria do Perpétuo Socorro de Sousa Nóbrega, Marina de Góes Salvetti, Milena Froes da Silva, Nathalia Marques Franco, Patrícia Freitas, Patrícia Campos Pavan Baptista, Priscila Câmara Alves, Rafael Rodrigo da Silva Pimentel, Ronaldo Lelis Albuquerque, Rosilene Laiola, Silvana Maximiano, Talita dos Santos Rosa, Teresa Mercedes Garcia de Paula Souza, Thaís Rojas Castro, Thaís Rodrigues Alves, Thiago Passaro e Vanessa de Brito Poveda. E a todos da EEUSP que direta ou indiretamente apoiaram as ações.

REFERENCES

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Editado por

EDITOR CHEFE: Álvaro Sousa

EDITOR ASSOCIADO: Renata Karina Reis

Datas de Publicação

• Publicação nesta coleção
  24 Jun 2022
• Data do Fascículo
  2022

Histórico

• Recebido
  02 Nov 2021
• Aceito
  31 Mar 2022