Nos primeiros decênios do Seiscentos a pintura decorativa em Florença resulta ainda ligada à ornamentação tradicional tardo maneirista operado nos moldes de Alessandro Allori ou nos de Bernadino Barbatelli, chamado de Poccetti. Os interesses pela novidade e pela modernização do ambiente artístico florentino levaram ao grão duque Ferdinando II a chamar para Florença, entre 1636 e 1637, Pietro da Cortona, Angelo Michele Colonna e Agostino Mitelli. Os dois bolonheses completaram o ciclo pictórico comemorativo do governo de Ferdinando, que tinha sido iniciado por Giovanni da San Giovanni na decoração das três salas de representação do apartamento de verão do palácio Pitti, realizada entre 1637 e 1641. A intervenção conduzida segundo a mais moderna linguagem barroca, a partir de uma perfeita integração do ilusionismo arquitetônico supera os limites do espaço real com cenas figurativas. Deste modo, seria constituído no ambiente florentino um ineludível modelo de referência na decoração dos interiores, soluções de grande modernidade nas quais se formará Jacopo Chiavistelli e os jovens da sua escola. Também Giovan Carlo, irmão do grão duque, em 1637 dá início a uma série de transformações que se prolongaram por mais de vinte anos, transformando os ambientes assinados por ele no palácio Pitti em verdadeiros e próprios lugares de deleites, decorados por artistas mais significativos do momento, dos quais, por exemplo, Angelo Michele Colonna, Agostino Mitelli, Pietro da Cortona, Jacopo Chiavistelli. Foi este ultimo pintor de afrescos quem, com os seus "alunos", trabalhou no Palazzo Pitti desde os anos Cinquenta, decorando os ambientes dos apartamentos dos membros da familia dos grão duques com quadraturas. Grande parte desses ambientes desapareceu, pois foram reformados durante o governo dos Lorenas e dos Sabaudas. Com os trabalhos comissionados pelo grão duque príncipe Ferdinando se fecha no palácio Pitti o período do quadraturismo barroco florentino.
quadraturismo; barroco; Florença
