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Contabilidades medievais e racionalidade econômica: Retorno a uma crença historiográfica

Resumo

O interesse das ciências sociais pelas contabilidades antigas foi reavivado pelas mudanças por que passa o capitalismo nas últimas décadas. A genealogia das práticas contábeis passa por um escrutínio cuidadoso, e expectativas muito contemporâneas suscitam releituras da gênese medieval das contabilidades, fazendo destas últimas práticas intimamente ligadas à cultura europeia e ocidental. Elas estimulam um retorno às grandes narrativas que, há mais de um século e desde a controvérsia Weber/Sombart, reconstituem as origens e o sentido das práticas contábeis, ligando-as às primeiras manifestações do espírito capitalista. O artigo se volta aos fluxos e refluxos da crença dos medievalistas em uma racionalidade capitalista medieval que se exprimiria nas contabilidades, para as inscrever em seus contextos intelectuais. Mostra suas constantes, mas também seus pontos cegos, notadamente documentais e editoriais, apoiando-se em trabalhos recentes e no estudo do caso particular das contas de um costureiro parisiense do século XV, Colin de Lormoye. O trabalho tenta esboçar novas pistas de análise, distantes dos grandes relatos teleológicos. A ratio contábil desses atores seria a manifestação do gênio europeu do Renascimento ou uma prática de escrita ancorada em um funcionamento social específico?

Palavras-chave:
Contabilidades; racionalidade; Idade Média

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