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“Viver com alegria”: história, sociabilidade e alteridade na vida ritual Kaingang

Resumo

Este artigo analisa a importância da vida ritual kaingang para a compreensão das dimensões social, política e cosmológica na relação com a alteridade, o que implica situar as fontes e os processos históricos. Para tanto, faço uma reflexão atentando para aspectos dos rituais funerários nas fontes históricas, registrados em paralelo ou comparáveis com as “festas” de guerra, ambos tematizando a vida aldeã e interaldeã e, por isso, fundamentais para a compreensão das perfomances realizadas no Encontro dos kujá (Aldeia Morro do Osso) e no Ritual do kiki (Terra Indígena Xapecó). A etnografia destaca as regras de etiqueta e as prestações rituais que orientam as relações entre as metades exogâmicas, inclusive, para retomar, inspirados no debate americanista, a dimensão do riso, como alternativa as relações de evitação, sustentando a argumentação de que o humor nestas sociedades realiza diversas mediações, notadamente, àquelas referentes à incorporação de poderes exteriores e de estrangeiros no interior do coletivo.

Palavras-chave:
Kaingang; ritual; relações de evitação; jocosidade; alteridade

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