Resumo
O artigo explora as articulações entre gênero, prisão e ativismo nas atividades da Amparar, associação que atua junto a familiares de presos em São Paulo, Brasil. A etnografia se desenvolve nas atividades da associação e no acompanhamento das articulações mobilizadas por essas atividades. O trabalho da Amparar se localiza em um emaranhado institucional que inclui organizações não-governamentais e instituições públicas que produzem tanto um Estado violador quanto um Estado a quem se reivindica direitos e garantias. A Amparar e as familiares articuladas pela associação dão rosto e corpo a denúncias e identificam violências e humilhações perpetradas não só em seus corpos, mas no de seus maridos e filhos privados de liberdade. Gênero e sexualidade são linguagens que permitem essa evocação e que contribuem para que as mulheres produzam um lugar de mediadoras e relatoras de eventos ocorridos no interior das prisões.
Palavras-chave:
gênero; prisão; ativismo; família; estado