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Lutas negras no largo da Banana1 1 . Este artigo decorre de reflexões iniciadas em 2019, durante um estágio de pesquisa na Universidade de Illinois, com apoio da Fapesp (Processo n. 2016/26239-8), supervisionado pelo professor Marc Hertzman, a quem agradeço profundamente o acolhimento e a interlocução generosa. Agradeço a Karen Freire, Stella Paterniani, Cassandra Osei, Paulo Martins, Juan Suarez e Marcelo Kuyumjian e, muito especialmente, ao Rafael Cesar, pelas leituras atentas e discussões proveitosas. Ao Bruno Santos pela edição da Figura 1.

Black struggles in largo da Banana

Resumo

O largo da Banana, associado aos primórdios do samba paulistano, é tido por território negro de resistência pretérita e antinômica à “modernidade”. Cotejando essa construção simbólica com documentos que lhe deram base, sugiro que ele abrigou lutas negras heterogêneas e posteriores à origem do samba. Inquiro expectativas de raça, classe e cultura que informaram a produção de um acervo do mis-sp e estudos que o mobilizaram a partir dos anos 1970, enredados nos debates sobre autenticidade, cultura negra e relações raciais. Analiso o discurso dos carnavalescos sobre o “berço” do samba à luz de ambições profissionais, por prestígio e respeitabilidade, laterais aos interesses dos pesquisadores, mas centrais para como eles significavam sua história.

Palavras-chave:
Largo da Banana; Território negro; Coleção Carnaval Paulistano (mis-sp); Relações raciais em São Paulo

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