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Quem procura tratamento para abuso de substância na rede pública no Brasil? Resultados de um estudo multicêntrico envolvendo quatro capitais brasileiras

OBJETIVO:

Avaliar as características dos usuários de álcool e drogas que procuram tratamento no Sistema Único de Saúde.

MÉTODO:

Estudo transversal multicêntrico envolvendo cinco centros clínicos/de pesquisa localizados em quatro capitais brasileiras foi realizado com 740 pacientes hospitalizados e ambulatoriais. O único critério de exclusão foi a presença de sintomas neurológicos ou psiquiátricos graves no momento da entrevista. A Escala de Gravidade de Dependência (Addiction Severity Index, ASI-6) e o teste ASSIST (Alcohol, Smoking and Substance Involvement Screening Test) foram utilizados para avaliar a severidade do uso de substância e problemas relacionados.

RESULTADOS:

Houve significativamente mais homens do que mulheres na amostra; a idade média foi de 36 anos. A droga mais usada em todos os centros foi o álcool (78%), seguido de cocaína/crack (51%). O álcool foi a droga que mais motivou procura por tratamento, em todos os centros. Os Escores Resumidos da ASI-6 para Funcionamento Recente (SS-Rs) foram bastante similares nos centros. SS-Rs foram comparados entre usuários que nunca haviam recebido tratamento para abuso de substâncias (n = 265, 36,1%) e aqueles que já haviam sido tratados uma ou mais vezes (n = 470, 63,9%). Foram observadas diferenças significativas entre os grupos nas áreas de droga, sintomas psiquiátricos e problemas legais e familiares/sociais (p < 0,05).

CONCLUSÕES:

Nossos dados confirmam evidências prévias de que o manejo de pacientes que procuram tratamento para abuso de substância deve levar em conta vários aspectos, como educação, emprego e relações familiares, que normalmente geram preocupação nesses indivíduos.

Abuso de substâncias; tratamento; multicêntrico; álcool; drogas; saúde pública


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