Resumo
Este estudo transversal e exploratório investigou a presença de stalking, no período pós-ruptura de relacionamentos afetivo-sexuais de adolescentes. Um total de 117 adolescentes foram identificados como vítimas de stalking por parte do ex-parceiro íntimo (62,4% meninas), com idade média de 16,87 anos (DP = 1.26), os quais foram comparados a um grupo de não vítimas (n = 410), emparelhado por idade e sexo. O stalking do tipo cortejamento e aproximação foi o mais prevalente. Adolescentes vítimas de stalking apresentaram escores médios significativamente mais altos nos sintomas de depressão, ansiedade e estresse, quando comparados a não vítimas. Por sua vez, vítimas do sexo feminino apresentaram maior sintomatologia do que vítimas do sexo masculino. Uma análise de regressão múltipla indicou que ter sofrido violência física e verbal/emocional ao longo do relacionamento explica 19,0% da variância de ser vítima de stalking na pós-ruptura. Destaca-se a necessidade de melhor compreensão do fenômeno do stalking, assim como de políticas públicas de intervenção e prevenção, uma vez que tanto vítimas quanto perpetradores necessitam de atendimento psicológico, a fim de romper o ciclo de violência no namoro.
Palavras-chave:
Stalking; assédio; violência no namoro; adolescência