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LEITURAS TRANSMÍDIA DE LITERATURA POR DESIGN: (SUB)VERSÕES DO CÂNONE NO ENSINO FUNDAMENTAL II

TRANSMEDIA READING OF LITERATURE BY DESIGN: (SUB)VERSIONS OF CANON IN THE ELEMENTARY SCHOOL

RESUMO

Este artigo tem como principal objetivo analisar o processo de leitura do texto literário por um grupo de alunos do nono ano do ensino fundamental em um trabalho de adaptação da obra Senhora de José de Alencar para um curta-metragem. Os registros da pesquisa, coletados durante uma pesquisa-ação em uma escola da rede particular de ensino, foram triangulados de maneira a entender o processo de apropriação do romance em três mudanças significativas entre a obra de Alencar e a obra dos alunos. As análises foram baseadas na articulação dos conceitos de leitura subjetiva do texto literário (ROUXEL, 2012ROUXEL, A. (2012). Mutações epistemológicas e o ensino de literatura: o advento do sujeito leitor. Tradução de Samira Murad. Revista Criação e Crítica, n.9, p.13-24., 2013ROUXEL, A.; LANGLADE, G (2013). Apresentação dos coordenadores franceses. In: ROUXEL, A; LANGLADE, G; REZENDE, N. L. (orgs.). Leitura subjetiva e ensino de literatura. São Paulo, SP: Alameda, p.19-24.; LANGLADE, 2013LANGLADE, G (2013). O sujeito leitor, autor da singularidade da obra. In: ROUXEL, A; LANGLADE, G; REZENDE, N. L. (orgs.). Leitura subjetiva e ensino de literatura. São Paulo, SP: Alameda, p.25-38.; JOUVE, 2013JOUVE, V (2013). A leitura como retorno a si: sobre o interesse pedagógico das leituras subjetivas. In: ROUXEL, A; LANGLADE, G; REZENDE, N. L. (orgs.). Leitura subjetiva e ensino de literatura. São Paulo, SP: Alameda, p.53-65.) e do designer de significados (GRUPO DE NOVA LONDRES, 1996; COPE E KALANTZIS, 2009COPE, B.; KALANTZIS, M. (2009). Multiliteracies: new literacies, new learning. Pedagogies: an international journal, v.4, n.3, pp.164-195.). Os resultados das análises mostram que o processo de leitura subjetiva da obra literária envolveu a construção de uma trajetória em que os alunos ressignificaram elementos do romance que não lhes eram familiares ou coerentes com suas experiências de mundo, por meio de elementos de seus próprios repertórios, especialmente a partir de referências de mídias audiovisuais, construindo leituras que atravessam diferentes mídias. Também foi possível afirmar a partir das análises que as narrativas transmídia em um projeto de leitura literária permitem que os alunos se apropriem do texto literário canônico de maneira a torná-lo parte de sua própria coleção e não mais como um elemento do repertório escolar que tem seu sentido estabelecido à priori da leitura.

Palavras-chave:
ensino de literatura; multiletramentos; leitura subjetiva; ensino fundamental II

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