Resumo
Tecnologias digitais são importantes ferramentas para viabilizar a educação de milhões de pessoas do Brasil. Google e Microsoft mediam atualmente processos pedagógicos por meio de suas plataformas. Esses monopólios digitais possuem como principal modelo de negócio a monetização dos dados pessoais dos seus usuários. Por meio de coleta, armazenamento, organização dos dados e comercialização dos produtos de predições, as mercadorias produzidas por essas corporações modificam o mercado, as estratégias políticas, as formas de trabalho, estruturações sociais e políticas públicas (CRUZ; VENTURINI, 2020CRUZ, Leonardo Ribeiro Da; VENTURINI, Jamila Rodrigues. Neoliberalismo e crise: o avanço silencioso do capitalismo de vigilância na educação brasileira durante a pandemia da Covid-19. Revista Brasileira de Informática na Educação, v. 28, p. 1060–1085, dez. 2020. DOI: 10.5753/rbie.2020.28.0.1060. Disponível em: https://br-ie.org/pub/index.php/rbie/article/view/v28p1060.
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). Esse fenômeno é definido como capitalismo de vigilância. A pesquisa tem como objetivo refletir sobre o avanço do capitalismo de vigilância na educação à luz de Álvaro Vieira Pinto, Evgeny Morozov, Paulo Freire e Sérgio Guimarães. Questiona-se: as tecnologias digitais hegemônicas presentes na educação pública estão a serviço de quais grupos? Como Álvaro Vieira Pinto, Evgeny Morozov, Paulo Freire e Sérgio Guimarães podem ajudar na reflexão sobre o capitalismo de vigilância na educação? O trabalho possui abordagem qualitativa. A técnica utilizada é a pesquisa bibliográfica, para a qual foram selecionadas as obras “Educar com a mídia: novos diálogos sobre educação”, de Paulo Freire e Sérgio Guimarães; “O conceito de tecnologia”, de Álvaro Vieira Pinto; e “Big Tech: a ascensão dos dados e a morte da política”, de Evgeny Morozov. Constatou-se que os autores defendem o desenvolvimento da consciência crítica sobre as tecnologias, por meio da análise e da compreensão dos contextos histórico, econômico e político em que os artefatos tecnológicos são desenvolvidos.
Palavras-chave:
Capitalismo de vigilância; Plataformas educacionais; Álvaro Vieira Pinto; Paulo Freire; Evgeny Morozov