| MRR com grande extensão territorial e população esparsa |
As unidades precisariam ser mais próximas, porém temos um problema na nossa região, que é a distância. Eu não posso colocar uma UBS em cada comunidade, não vou ter 114 UBS [número de comunidades no interior], então o nosso grande problema é a dispersão territorial. (3GM2) |
| Grandes distâncias |
Tem hipertenso que mora daqui a 60 quilômetros, atravessando lama. Demora umas duas horas e meia para chegar aqui. (...) Vem de carro escolar, vem de moto. (5USU2) |
| Longos tempos para deslocamento entre comunidade e UBS |
P: Qual o tempo que o usuário leva para chegar na sua UBS de referência? R: Mais longe que vem para cá é a [comunidade rural], leva três horas, de lancha. De bajara, eles têm que sair 10h da noite para amanhecer aqui umas 7h. (3GM2) Na cidade, uns vinte minutos [para chegar à UBS mais próxima]. Nas áreas ribeirinhas, as pessoas vêm de voadeira ou por estradas, e tem áreas que é de avião (...) de avião, dá 1h30min; de voadeira, um dia; de carro, dois dias e meio. (2ENF2) |
| Usuários buscam atendimento em municípios vizinhos por menor distância |
Nós temos ali a região [rural] que fica quase na divisa, um lado é [o nosso município] e do outro lado é [outro município], e para eles é bem mais perto ir para lá do que vir para cá. Essas pessoas não vêm para cá em casos de emergência, porque até chegar aqui, primeiro que teria que vir por transporte fluvial, que não seria viável, até conseguir voadeira para cá, e para lá [outro município], a enfermeira chama a ambulância e manda levar. (5GM2) |
| Comunidades isoladas devido à situação climática |
As nossas estradas são acessos e são barreiras ao mesmo tempo, porque elas estão em condições muito ruins, a extensão territorial é muito grande e acaba que a gente não tem serviços de transporte definidos nessas localidades ainda (...) Nas estradas vicinais não tem asfalto, não é uma via preparada, então nesse período de chuva, chove a noite inteira, então eles não conseguem sair realmente. E nem a gente consegue chegar. Muito liso o chão da estrada. (1GM2) |
| Comunidades com acesso exclusivo por estradas vicinais |
P: Então os das vicinais têm maior dificuldade? R: Sim, por causa da estrada. Se chover é meio difícil até de buscar paciente lá com a nossa ambulância. Teve caso que já precisou de entrar nas vicinais e estar muito ruim para passar, tem muitas ladeiras e o carro não sobe. Já teve caso de deixarmos o carro na estrada e ir andando até a casa da paciente; de buscar grávida com dor para parir na vicinal, de moto; de fazer vacinação de moto, que é mais fácil de chegar nas comunidades, mas a gente consegue chegar. (4ENF1) |
| Estradas sem pavimentação e em precárias condições de deslocamento |
Barreiras são as estradas, porque nesse período chuvoso fica muito difícil, por exemplo, uma ESF que você leva uma média de 1h30min, nesse período leva de 3h30min a quatro horas para conseguir trazer o paciente. (5GM1) |
| Moradores de áreas rurais se deslocam com motos próprias/bicicletas |
Olha, quando eu não tenho moto, é de pés mesmo, mas esse negócio de ônibus não gira aqui, não (...) Eu creio que é mais de trinta minutos porque é bem longe, às vezes dá sorte de pegar uma carona. (5USU1) |
| Ausência de transporte coletivo municipal |
Não tem transporte público aqui. Ou é moto ou é um carro que eles alugam, ou às vezes eles chamam a ambulância para os casos mais graves. (3ENF2) O comunitário da área ribeirinha tem dificuldade, porque não tem transporte toda semana, (...) é muito difícil eles procurarem os serviços, pois não tem embarcação. (...) nas colônias tem transporte todo dia, ônibus não deixa de ter, mas tem áreas que não tem. Nessas áreas nem que queira pagar, não tem, é muito difícil. (5GM1) |
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Aspectos predominantes nos MRRs Norte Águas
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| Comunidades com acesso exclusivo por rio |
Não tem outro caminho. Principalmente no verão, que há uma dificuldade maior. Quando seca muito, eles têm que passar pela lama para alcançar embarcação para vir até aqui. (3ENF1) |
| Migração da população do interior para a sede, em época de chuvas |
Quando o rio encheu, eu mesmo tive que desocupar lá, que a água entrou dentro de casa tudo. Eu tive que sair e procurar alojamento, onde eles deram uma sala lá da creche. (...) É comum. (2ACS2) |
| Moradores de áreas rurais se deslocam com pequenas embarcações |
A minha pressão estava 22, para estourar. Aí o pessoal já ficou agoniado. Tem que levar ele para o hospital. (...) Nós temos dificuldade, porque todo mundo tem motor, mas é motorzinho pequeno para andar no rio (...) A gente fala rabetinha, não é motor de popa, não. (3USU2) |
| Maiores custos de deslocamento entre interior e sede/entre comunidade e UBS |
O frete dos carros que eles cobram é 300 reais, o mais barato lá é 250 ida e volta, ainda mais de noite. (...) Tem que ficar aguentando até ir para a cidade para comprar tudo, a gente paga na voadeira, é por quilo, é por peso, tudo tem que pagar, a passagem tem que pagar. (2ACS2) Às vezes não tem dinheiro para vir, não tem transporte, não tem como alugar ou comprar gasolina. Isso é comum, essa reclamação é geral. (4GM2) |
| Melhores condições de deslocamento em época de chuvas/alagamentos |
O rio facilita o acesso em época de inverno, no verão fica difícil o acesso. No verão seca tudo aqui na frente da cidade e o acesso é mais por [município vizinho], de carro. E de lá pega barco para [município de referência]. (5GM2) Para as comunidades de rios fica mais fácil, e para as comunidades de várzea fica mais difícil [acesso no período da seca]. Nas de terra firme, é melhor na seca porque tem menos lama, menos chuva, buracos e poças de lama. (...) O difícil é quando a enchente é muito grande e as casas vão para o fundo. (4GM2) |
| Em época de seca do rio, quanto menor o transporte, melhor o deslocamento |
Fica mais longe para ir nas enchentes, no período que a lama vai escorrendo. E na seca, quando chega nesse período na região, o rio seca tanto que fica difícil o acesso, então a gente viaja e no período de duas horas a gente leva até 12 horas dependendo do transporte, e quanto menor, melhor. (4GM2) |
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Aspectos predominantes nos MRRs Norte Estradas
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| Acesso dificultado em época de chuvas, devido a atoleiros |
No inverno, período chuvoso, tem, sim, área que fica sem acesso. Aí tem pessoas que, para vir à consulta de manhã, têm que vir no dia anterior. (1ACS1) |
| Maior necessidade de caminhonete traçada para deslocamentos em áreas de mais difícil acesso, incluindo ambulâncias |
A gente recebe do estado aquela ambulanciazinha miudinha daquelas para asfalto (...) dependendo do travessão a ambulância não entra, se não for caminhonete traçada, a gente não consegue dar acesso à população. (1GM1) |
| No período sem chuvas, embora o tráfego dos rios seja melhor, a intensa poeira dificulta a visibilidade das rodovias |
Quando chove muito, tenho que passar pela BR (...) em uma ladeira recordista em acidentes aqui na região, então é muito raro você não ver uma carreta tombada minutos depois das chuvas ou no dia seguinte mesmo, então é um lugar muito complicado de se visitar. No verão, mesmo usando capacete temos que parar a moto e esperar a poeira baixar (...) e corre o risco de acidente, pela falta de visibilidade. (1ACS2) |
