RESUMO
Objetivo:
compreender o fenômeno da mudança de vida e rotina de idosos familiares que passam a cuidar de idosos dependentes no Brasil.
Método:
estudo qualitativo, exploratório e descritivo, desenvolvido com 33 cuidadores idosos familiares, de junho a setembro de 2019, nas cidades de Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Araranguá, Manaus, Fortaleza e Teresina. Realizaram-se entrevistas semiestruturadas norteadas pelo tema de assumir o cuidado, circunstâncias facilitadoras e dificuldades. A análise das informações foi guiada pelo referencial teórico-metodológico da hermenêutica-dialética.
Resultados:
constituiu-se um modelo compreensivo da experiência de ser cuidador idoso de um membro familiar idoso. Esse processo integrou duas categorias: “Assumindo o cuidado” e “Necessidades não atendidas”. As circunstâncias facilitadoras para assumir o cuidado foram as emoções positivas e os vínculos com a pessoa idosa, a aceitação da doença, o quadro clínico estável e o suporte de profissionais de saúde, cuidadores formais, colaboradores domésticos e apoio familiar. As dificuldades ocorrem, principalmente, quando o comportamento do idoso dependente é agressivo, pois há vivência da solidão, saúde fragilizada, isolamento social, restrições financeiras e ausência de suporte social e de saúde.
Conclusão:
os cuidadores idosos são importantes agentes no exercício de cuidado à pessoa idosa dependente. Quando possuem apoio, conseguem conciliar as atividades do cuidado e têm tempo para cuidar de si. Em sua maioria, essas pessoas, entretanto, renunciam às suas vidas, se retiram do mercado de trabalho, se isolam e sofrem com a falta de recursos materiais e de apoio dos serviços de saúde.
DESCRITORES:
Pesquisa qualitativa; Cuidador familiar; Idoso fragilizado; Saúde do idoso; Enfermagem geriátrica