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O intelectual público, a ética republicana e a fratura do éthos da ciência

No artigo, procura-se focalizar o aparecimento do intelectual público no curso da modernidade, tendo como locus a França e protótipo o pensador humanista (hommes des lettres, segundo Tocqueville, que nos serviu de fonte). Em seguida, sua associação com a ética republicana (affaire Zola, o intelectual como cidadão do mundo) e sua coextensão às atividades científicas, ao moldar a ética da ciência, de acordo com a tipologia traçada por Robert K. Merton. E ainda, o desaparecimento do intelectual público e a fratura do éthos da ciência na atualidade, conforme mostra John Michael Ziman, ao sublinhar o surgimento do boss e o papel do business na ciência contemporânea. No fim do estudo, ao explorar os conflitos entre as ciências, as corporações e as nações, procura-se discutir as saídas e a possibilidade de relançar a ética republicana, de religar o éthos da ciência e de reinventar o intelectual público. A condição será a ampliação do espaço público, para além da política e da esfera do Estado, interpondo entre o público e o privado da ética republicana tradicional a zona mais ampla da cultura e do social. Nesse quadro, o Brasil é situado e a situação da intelligentsia brasileira é discutida.

Intelectual público; Ética republicana; Ética da ciência; Éthos da ciência; Nova ética republicana; Reinvenção do intelectual


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