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Mudanças nas taxas de mastectomia em um hospital público brasileiro ao longo de 20 anos (1989 a 2008)

CONTEXTO E OBJETIVO: Recentemente, a cirurgia conservadora tem substituído a mastectomia para tratamento cirúrgico do câncer de mama. O objetivo deste estudo é avaliar as mudanças nas taxas de mastectomia e cirurgia conservadora e os fatores relacionados a essas mudanças. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo retrospectivo em hospital público brasileiro. MÉTODOS: Dados patológicos das pacientes submetidas a cirurgia para câncer de mama no Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG), de 1989 a 2008, foram revistos. As taxas de mastectomia e cirurgia conservadora foram calculadas. O teste qui-quadrado foi usado para avaliar fatores relacionados ao tipo de tratamento cirúrgico empregado e comparar tendências de tipo de tratamento ao longo dos anos. Regressão logística foi usada para análise multivariada. RESULTADOS: De 1989 a 2008, 2.050 espécimes cirúrgicos de câncer de mama foram recebidos em nosso serviço, correspondentes a 1.973 pacientes; 1.324 (64,6%) correspondentes a mastectomia e 726 (35,4%) correspondentes a cirurgia conservadora. A cirurgia conservadora se tornou mais frequente ao longo dos anos (P < 0,001). Em análise multivariada, ano mais precoce da cirurgia (P < 0,001), maior tamanho tumoral (P < 0,001), ter ao menos um linfonodo axilar positivo (P < 0,001) e idade maior de 68 anos (P = 0,007) foram preditores de mastectomia. CONCLUSÕES: As cirurgias conservadoras se tornaram mais frequentes em relação às mastectomias ao longo dos anos. Isso pode refletir a consolidação da cirurgia conservadora (associada a radioterapia) como equivalente à mastectomia em termos de sobrevida, bem como diagnóstico mais precoce da doença.

Mastectomia; Mastectomia segmentar; Neoplasias da mama; Brasil; Estadiamento de neoplasias


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