CONTEXTO E OBJETIVOS: Há controvérsias a respeito do melhor tratamento cirúrgico para as lesões duodenais complexas. O objetivo deste estudo é relatar uma série de oito casos de reparo duodenal utilizando a exclusão pilórica e descrever a evolução dos pacientes com trauma duodenal complexo submetidos a este procedimento. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo transversal e descrição de série de casos em hospital universitário. MÉTODOS: Foram coletadas e analisadas as informações de oito pacientes com trauma duodenal submetidos à exclusão pilórica em um período de 17,5 anos. RESULTADOS: Os mecanismos de trauma envolvidos foram ferimentos por projétil de arma de fogo em cinco pacientes e acidente automobilístico em três pacientes. O atraso do tratamento cirúrgico foi maior nos pacientes vítimas de trauma fechado, e em um paciente a lesão pelo projétil passou despercebida, sendo o procedimento cirúrgico realizado em nova laparotomia após 36 horas. As lesões duodenais encontradas foram grau III (50%) ou grau IV (50%), e a taxa de morbidade foi de 87,5%. Quatro pacientes (50%) morreram durante o período pós-operatório, de complicações como choque hipovolêmico (um caso), sepse (peritonite por ferimento não identificado), ou pancreatite associada à fístula da anastomose (dois casos). CONCLUSÕES: A exclusão pilórica esteve associada à alta taxa de morbimortalidade. Esta técnica cirúrgica deve ser indicada em poucos casos de lesão complexa de duodeno e o cirurgião deve saber que, frente a uma lesão duodenal, a sutura primária pode ser o melhor tratamento.
Duodeno; Ferimentos e lesões; Suturas; Morbidade; Pancreatite; Gastroenterostomia