CONTEXTO: As recidivas locorregionais são freqüentes nos pacientes com carcinoma epidermóide das vias aerodigestivas superiores e o diagnóstico precoce é importante para o tratamento de resgate. OBJETIVO: Identificar os períodos de maior risco de recidiva após tratamento cirúrgico do carcinoma epidermóide das vias aerodigestivas superiores, para o planejamento do seguimento destes pacientes. TIPO DE ESTUDO: Transversal, descritivo. LOCAL: Departamento de Cirurgia de Cabeça e Pescoço e Otorrinolaringologia do Hospital Heliópolis (Hosphel) São Paulo, Brasil. PARTICIPANTES: Foram revisados os registros hospitalares de 889 pacientes com carcinoma epidermóide do trato aerodigestivo superior submetidos a tratamento cirúrgico loco-regional entre outubro de 1977 e dezembro de 1996, dos quais 364 eram de cavidade oral, 107 de orofaringe, 152 de hipofaringe e 266 de laringe. Quanto ao estádio, 14 apresentavam estádio I, 117 estádio II, 352 estádio III, 397 estádio IV e 9 não foram estadiados. VARIÁVEIS ESTUDADAS: Calculado o intervalo de tempo entre o tratamento inicial e o diagnóstico das recidivas locais, regionais e à distância. Os resultados foram expressos em medianas, quartis (25% e 75%) e percentis (10% e 90%). Foram calculadas as incidências anuais de recidiva e segundo tumor. RESULTADOS: 74% das recidivas foram diagnosticadas nos primeiros 18 meses pós-tratamento. As recidivas locais, regionais e as metástases à distância mostraram medianas de 270, 210 e 435 dias respectivamente. A incidência de segundo tumor primário variou de 2 a 3,1% ao ano. CONCLUSÃO: A maioria das recidivas ocorreu até 18 meses após o tratamento cirúrgico inicial. A incidência do segundo tumor se mantém estável desde o primeiro ano pós-tratamento.
Neoplasias de cabeça e pescoço; Metástase; Recidiva; Segundo tumor