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Influência da cultura antecessora e do tratamento de sementes com fungicidas na incidência e controle do tombamento de plântulas de algodoeiro causado por Rhizoctonia solani, sob condições de casa de vegetação

RESUMO

O objetivo desse trabalho foi verificar a influência da cultura antecessora e do tratamento de sementes com fungicidas na incidência e no controle do tombamento de plântulas de algodoeiro causado por R. solani, sob condições de casa de vegetação. O experimento foi conduzido por dois anos na casa de vegetação da Embrapa Agropecuária Oeste, em Dourados, MS. Além do algodão (sementes tratadas e não tratadas) e do pousio, as seguintes coberturas vegetais foram testadas como culturas antecessoras ao algodoeiro: aveia preta, milheto, milho, sorgo forrageiro, soja, feijão, crotalária (Crotalaria juncea), braquiária (Urochloa ruziziensis) e braquiária (Urochloa ruziziensis) + crotalária (Crotalaria juncea). A mistura fungicida utilizada no tratamento de sementes de algodão foi triadimenol+pencycuron+tolylfluanid (50+50+30g do i.a./100kg de sementes). Sementes de algodoeiro e das culturas antecessoras foram semeadas em solo contido em bandejas plásticas e em vasos, dispostas em orifícios individuais, equidistantes e a 3cm de profundidade. A inoculação com R. solani foi feita pela distribuição homogênea do inóculo do fungo na superfície do substrato (2,5g/bandeja e 0,34g/vaso). O fungo foi cultivado por 35 dias em sementes de aveia preta autoclavadas e trituradas em moinho (1mm). A avaliação de tombamento foi realizada diariamente, a partir dos 7 dias após a semeadura. Foi observado efeito significativo da interação culturas antecessoras x tratamento com fungicidas (P<0,05). O tratamento de sementes de algodoeiro com fungicidas foi eficiente no controle do tombamento de plântulas causado por R. solani e teve seu efeito potencializado quando se usou gramíneas como culturas antecessoras ao algodoeiro. Cultivos prévios de gramíneas, como braquiária (Urochloa ruziziensis), aveia preta, milheto, milho e sorgo forrageiro, além do pousio, contribuíram de forma significativa na redução da população de R. solani do solo, o que resultou em menores índices de tombamento de plântulas de algodoeiro. Por outro lado, além do uso contínuo do algodão, as leguminosas soja, feijão, crotalária (Crotalaria juncea) além de braquiária (Urochloa ruziziensis) + crotalária (Crotalaria juncea) usadas como culturas antecessoras ao algodoeiro, consistentemente estiveram associados aos maiores índices de tombamento de plântulas, contribuindo para o aumento ou pelo menos para a manutenção do inóculo de R. solani no solo. As maiores percentagens de tombamento foram observadas nas parcelas onde foi adotado o cultivo contínuo do algodão sem o tratamento de sementes com fungicidas. Os nossos resultados reforçam a necessidade de melhorar o controle do tombamento de plântulas de algodoeiro, pela adoção de programas de manejo integrado em áreas infestadas com R. solani.

Palavras-chave
emergência de plântulas; Gossypium hirsutum ; plântulas lesionadas; rotação de culturas; manejo de patógenos de solo

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