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Interpretações do Brasil e a temporalidade moderna: do sentimento de descompasso à crítica epistemológica* * Este artigo é fruto dos projetos de pesquisa 204704/2018-9 e 303189/2019-3 (CNPq). Agradeço às/aos pareceristas da revista Sociedade e Estado pelas valiosas sugestões, as quais me auxiliaram a aprimorar o argumento do trabalho.

Interpretations of Brazil and the temporality of modernity: towards an epistemological critique

Resumo

Ao revisitar algumas das mais prestigiadas obras de interpretação do Brasil, o artigo debruça-se sobre o sentimento de descompasso que permeia os retratos da vida social brasileira ali delineados. A conjectura que se quer examinar é que, admitida a pluralidade de perspectivas que colorem essa fatura, tais obras insinuam primar no país um ordenamento temporal intricado e sinuoso, apenas em parte sincronizado ao tempo homogêneo, progressivo e linear dos contextos modernos modelares. Importa-me, ademais, contemplar um conjunto de formulações críticas ao imaginário sociológico com o propósito de explorar uma segunda hipótese: tão logo apreciados em diálogo com essas proposições críticas, retratos da sociedade brasileira esboçados nessas obras parecem dispor de elementos sugestivos de um enquadramento teórico sensível às incongruências, assimetrias e tensões que atravessam a temporalidade moderna. Ao final do artigo, pretendo refletir sobre o alcance heurístico dessas ideias e suas eventuais contribuições para o debate sociológico contemporâneo.

Palavras-chave:
Pensamento brasileiro; Modernidade no Brasil; Teoria sociológica; Interpretações do Brasil; Modernidade

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