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Um nada ‘admirável mundo novo’: medo, risco e vulnerabilidade em tempos de Covid-19

RESUMO

Um novo coronavírus, designado inicialmente como 2019-nCoV e pouco depois como Sars- CoV-2, surgiu em Wuhan, China, no final de 2019. Em janeiro de 2020, pelo menos 830 casos haviam sido diagnosticados em diversos países. O Sars-CoV-2 é o terceiro coronavírus a surgir na população humana nas últimas duas décadas – uma emergência que colocou as instituições globais de saúde pública em alerta máximo. Pouco mais de um ano depois, registram-se casos e óbitos na escala dos milhões no mundo, com o Brasil ocupando posição destacada tanto em número de casos quanto de óbitos. A sucessão de eventos desse período recente atualizou questões de grande importância: o esgarçamento civilizacional, a potencialização das vulnerabilidades de toda ordem e os riscos decorrentes. Neste ensaio, propõe-se uma reflexão sobre as consequências sociais da pandemia a partir de uma perspectiva socioantropológica, revisitando temas clássicos da saúde e das ciências sociais, como medo, risco e vulnerabilidade. Observou-se o recrudescimento de tendências e acirramento de tensões que fazem olhar o horizonte com preocupação, especialmente com relação à expansão de dispositivos de biopoder. Assim, o presente artigo associa-se ao esforço reflexivo em curso sobre efeitos potenciais da pandemia da Covid-19 sobre as formas de socialidade e as relações de poder no mundo atual.

PALAVRAS-CHAVE
Pandemia por Covid-19; Medo; Alto risco social; Vulnerabilidade social; Biopoder

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