Work organization and illness of bank workers: a literature review

Moronte, Elver Andrade; Albuquerque, Guilherme Souza Cavalcanti de

doi:10.1590/0103-1104202112817

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Sumário

REVISÃO • Saúde debate 45 (128) • Jan-Mar 2021 • https://doi.org/10.1590/0103-1104202112817 copy

Work organization and illness of bank workers: a literature review

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ABSTRACT

This article presents an analysis of scientific production of relations between health and labor of bank workers, found in theses, dissertations, articles in the national and international literature, produced in portuguese, english and spanish, in the period from 2008 to 2018. The study was conducted in data bases of the Virtual Health Library and PubMed, using the themes ‘bank workers’ and ‘bank employees’, as well as the descriptors ‘environmental health’, ‘antidepressive agents’, ‘occupational disease’, ‘stress, psychological’, ‘depressive disorder’, ‘Burnout, professional’, ‘cumulative trauma disorders’ and the free terms ‘occupational stress’, ‘stress’, ‘psychological distress’ and ‘psychosocial work environment’. 120 studies were found, of which 37 specifically addressed the topic. The analysis made it possible to find a description of the vision prevalent in the literature about the characteristics of work in banks that are related to workers’ suffering, wear and illness. The form of organization of the work process in the banking sector relates to the suffering and illness, which may lead to suicide. Despite the relationship established between work and illness, the description of work organization is superficial in the studies, and its deepening is important for understanding and transformation of this panorama.

KEYWORDS
Occupational health; Occupational risks; Social determinants of health; Mental disorders

	Estudo	Título	Principais resultados
4	Geremias et al., 2017	Prevalência do diabetes mellitus associado ao estresse ocupacional em trabalhadores bancários, Minas Gerais, Brasil	Relata condições de trabalho nos bancos como fontes de tensão: excesso de carga horária, intensificação de atividades, pressão por resultados, alta exigência de desempenho, imprevisibilidade das situações, demissões relacionadas ao não cumprimento de metas.
5	Ferreira e Carvalho, 2017	Saúde do Trabalhador: Avaliação da Qualidade de Vida no Trabalho de Bancários	Indica que o trabalho bancário sofreu uma transformação, sendo que atualmente o trabalhador deve ser um vendedor de produtos, estando submetido a técnicas de controle do trabalho, principalmente aos sistemas de controle de metas de produtividade.
6	Jaques e Ziliotto, 2017	As contingências do trabalho bancário: um estudo sobre os mecanismos de mediação e defesa do sofrimento	Relaciona aspectos do trabalho bancário a influências negativas em sua saúde: redução do quadro de funcionários, desenvolvimento de tecnologia e modernização dos processos de trabalho, maior exigência de capacitação dos profissionais, condições de insegurança salarial e contratual no setor.
7	Silva e Navarro, 2012	Organização do trabalho e saúde de trabalhadores bancários	Relaciona a reestruturação produtiva com o aumento da produtividade e lucratividade do setor, assim como redução de postos de trabalho, intensificação de seu ritmo, sobrecarga de tarefas, aumento da pressão e do controle sobre os bancários, com impactos na saúde dos trabalhadores.
8	Medeiros et al., 2017	Sequestros de bancários e seus impactos psicossociais e na saúde do trabalhador	Considera que as modificações na relação capital-trabalho, provenientes da aplicação da ideologia neoliberal no setor bancário, geraram precarização nas relações trabalhistas (redução de salários, aumento das terceirizações e contratos de trabalho temporários), aumento do ritmo de trabalho (relacionado às metas e aos prazos), alta carga psicoafetiva (relacionada à exigência de perfeição no desempenho e a constantes ameaças com relação à carreira).
9	Silva, Pereira e Sakurai, 2008	Perfil do absenteísmo em um banco estatal em Minas Gerais: análise no período de 1998 a 2003	Demonstrou que houve mudança no padrão de adoecimento e afastamento do trabalho, reduzindo-se os casos de distúrbios musculoesqueléticos e aumentando-se os de transtornos mentais.
10	Picheth e Ichikawa, 2015	Uso de ansiolíticos e antidepressivos por bancários: um estudo de representações sociais	Relaciona o sofrimento e o adoecimento físico e mental à organização do trabalho no setor bancário (altos níveis de cobrança por produtividade).
11	Petarli et al., 2015a	Autoavaliação do estado de saúde e fatores associados: um estudo em trabalhadores bancários	Atribui um impacto direto sobre a saúde dos bancários às mudanças na organização e na gestão do trabalho no setor: demissões em massa, automação, terceirização, reengenharia de negócios, com redução de níveis hierárquicos, precarização do trabalho e tarefas multifuncionais.
12	Murofuse NT, Marziale MHP, 2001	Mudanças no trabalho e na vida de bancários portadores de Lesões por Esforços Repetitivos: LER.	Relaciona os transtornos musculoesqueléticos a modificações das condições de trabalho
13	Coelho et al., 2018	Estresse como preditor da Síndrome de Burnout em bancários	Relaciona organização do trabalho com o aparecimento de Síndrome de burnout.
14	Santos, Siqueira e Mendes, 2010	Tentativas de Suicídio de Bancários no Contexto das Reestruturações Produtivas	Verifica que relacionamentos superficiais no trabalho, excesso ou falta de tarefas, pouco reconhecimento, desqualificações frequentes e chefias autoritárias estariam relacionados com casos de ideação suicida e tentativas de autoextermínio.
15	Santos e Siqueira, 2011	Considerações sobre trabalho e suicídio: um estudo de caso	Relaciona o sofrimento no trabalho com o vínculo afetivo estabelecido entre o bancário e o banco, através do estabelecimento de uma relação de servidão com possibilidade de desencadeamento de perda de identidade e adoecimento.
16	Soares e Villela, 2012	O assédio moral na perspectiva de bancários	Indica que o assédio moral pode ser considerado como uma forma de gestão que busca o aumento da produtividade pela intensificação do trabalho.
17	Scopel, Barros e Wehrmeister, 2012	LER/DORT na terceira década da reestruturação bancária: novos fatores associados?	Relaciona o adoecimento dos bancários às estratégias de gestão e aos objetivos e metas das organizações.
18	Mergener, Kehrig e Traebert, 2008	Sintomatologia músculo-esquelética relacionada ao trabalho e sua relação com qualidade de vida em bancários do Meio Oeste Catarinense	Relaciona diversos aspectos da organização do trabalho bancário a queixas de dores ou desconforto no sistema musculoesquelético dos trabalhadores.
19	Silva e Barreto, 2010	Adverse psychosocial working conditions and minor psychiatric disorders among bank workers	Conclui pela presença de transtornos psiquiátricos menores entre bancários.
20	Silva e Barreto, 2012	Condições estressantes no trabalho e pior auto avaliação de saúde entre bancários.	Relaciona a modernização ocorrida no sistema bancário com o aumento da pressão por tempo, o excesso de demandas de trabalho, conflitos de papel, problemas relacionados à ergonomia, ao aumento dos casos de violência e estresse no trabalho.
21	Paparelli, 2011	Grupos de enfrentamento do desgaste mental no trabalho bancário: discutindo saúde mental do trabalhador no sindicato	Relaciona a sobrecarga no trabalho bancário à complexidade das tarefas, exigência de polivalência, carga psicoafetiva elevada e pressão temporal.
22	Carrijo e Navarro, 2009	LER e planos de demissão voluntária: trajetórias de dor e sofrimento entre bancários	Relaciona graves repercussões na saúde dos bancários com a reestruturação produtiva desse setor, destacando-se a intensificação do ritmo de trabalho e maior controle e pressão sobre os trabalhadores.
23	Santos-Júnior, Mendes e Araujo, 2009	Experiência em clínica do trabalho com bancários adoecidos por LER/DORT	Relacionou o adoecimento de bancários com a organização do trabalho nos bancos, destacando a redução do número de funcionários, a política de metas de produtividade, o estímulo à competição e a instabilidade no emprego.
24	Ferreira e Seidl, 2009	Mal-estar no trabalho: análise da cultura organizacional de um contexto bancário brasileiro	Identificou como causadores do mal-estar no trabalho aspectos da organização do trabalho como baixa expectativa na carreira, salários baixos, distribuição das tarefas e excesso de controle das instituições sobre os trabalhadores.
25	Paiva e Borges, 2009	O ambiente de trabalho no setor bancário e o bem-estar	Relaciona a presença de adoecimento (depressão e tensão emocional) com a organização e as relações de trabalho.
26	Kan e Yu, 2016	Occupational Stress, Work-Family Conflict and Depressive Symptoms among Chinese Bank Employees: The Role of Psychological Capital	Encontrou altos níveis de transtornos do humor (depressão) em amostragem de 1.239 trabalhadores bancários chineses, indicando que pode haver relação com aspectos do trabalho bancário no país (altas cargas de trabalho, necessidade de concentração nas tarefas, necessidade de esconder as emoções negativas e de responder a várias demandas dos clientes).
27	Snorradóttir et al., 2013	Financial crisis and collapsed banks: psychological distress and work related factors among surviving employees - a nation-wide study	Indica que houve, após a crise financeira mundial de 2008, redução de salários, transferências de trabalhadores para outros departamentos, perda de postos de trabalho e reestruturação de processos nos bancos, ocasionando estresse psicológico durante as mudanças organizacionais.
28	Moraes e Bastos, 2017	Os Sintomas de LER/DORT: um Estudo Comparativo entre Bancários com e sem Diagnóstico	Relaciona o adoecimento musculoesquelético à carga de trabalho dos bancários.
29	Gaviraghi et al., 2016	Medicalização, uso de substâncias e contexto de trabalho em bancários do Rio Grande do Sul, Brasil	Verificou uso de psicofármacos em níveis elevados, quando comparado com a população em geral, indicando que essa medicalização pode ser relacionada a uma estratégia de enfrentamento das dificuldades encontradas no trabalho.
30	Valente, 2014	Depressão e esgotamento profissional em bancários	Verificou-se presença de alto esforço desprendido nas atividades de trabalho, alta demanda de trabalho e baixo controle, assim como comprometimento excessivo e desequilíbrio esforço-recompensa no trabalho, atribuindo-se risco aumentado para desencadeamento de transtornos do humor, como depressão.
31	Bittencourt e Vinholes, 2013	Estimativa do risco para diabetes mellitus tipo 2 em bancários da cidade de Tubarão, estado de Santa Catarina, Brasil	Considera que os bancários estariam submetidos a constantes situações de estresse no trabalho, relacionando-as a um maior risco de desenvolvimento de diabetes.
32	Hartwig, Machado e Hallal, 2009	Indicadores antropométricos e nível de atividade física de funcionários de banco	Estudo com 55 bancários encontrou sobrepeso em 55% dos trabalhadores, além de 13% com obesidade. O nível de sedentarismo atingiu 69% da amostra.
33	Salaroli et al., 2013	Prevalence of metabolic syndrome and related factors in bank employees according to different defining criteria, Vitória/ES, Brazil	Constatou aumento das taxas de obesidade, sobrepeso, hipertensão arterial, relacionando às características do trabalho bancário.
34	Konradi el al., 2011	Prevalence of metabolic syndrome components in a population of bank employees from St. Petersburg, Russia	Estudo com 1.561 bancários russos relaciona altas taxas de síndrome metabólica às características do trabalho. Também foram encontradas taxas altas de obesidade abdominal e hipertensão arterial.
35	Momin et al., 2012	Study of socio-demographic factors affecting prevalence of hypertension among bank employees of Surat City	Em estudo com 1.493 bancários na Índia, encontrou-se prevalência de hipertensão arterial em 30,4% dos trabalhadores.
36	Petarli et al., 2015b	Estresse ocupacional e fatores associados em trabalhadores bancários, Vitória - ES, Brasil	Estimou-se um risco intermediário ao estresse ocupacional, utilizando-se o instrumento de avaliação Job Stress Scale.
37	Marques e Giongo, 2016	Trabalhadores bancários em sofrimento: uma análise da literatura nacional	A vivência de sofrimento entre bancários foi relacionada a insegurança, pressões de superiores, assédio moral. O adoecimento do sistema musculoesquelético foi considerado uma das principais formas de vivência de sofrimento nessa categoria profissional.
38	Mello et al., 2011	Considerações clínicas sobre a psicoterapia cognitivo-comportamental de bancários com Transtorno de Estresse Pós-Traumático	Relata que os assaltos são comuns na atividade dos bancários, sendo esse um fator potencial para o desenvolvimento de transtornos mentais como o estresse pós-traumático.
39	Martinez e Matiello Júnior, 2012	Os limites da ginástica laboral para compreensão dos determinantes de saúde de trabalhadores bancários	Indica que as práticas de prevenção de adoecimento, como a adoção de ginástica laboral, podem servir para mascarar os determinantes da degradação das condições de vida e de saúde dos bancários, podendo, inclusive, colaborar para a intensificação da exploração capitalista.
40	Oltramari, Grisci e Weber, 2011	Carreira e relações familiares: dilemas de executivos bancários	Relaciona as exigências do trabalho bancário com sofrimento e adoecimento dos trabalhadores.
41	Pavão, 2013	La lucha de los sindicatos de bancarios de Brasil contra el acoso moral	Relaciona o uso da tecnologia no setor bancário, tendo como uma de suas consequências a redução intensa de postos de trabalho.

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