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ENTRE O ENSAIADO E O QUE NÃO PODE SER DITO: A POLÍTICA DO SILÊNCIO ENTRE INTEGRANTES DO PCC EM MINAS GERAIS

BETWEEN THE REHEARSED AND WHAT CANNOT BE SAID: THE POLICY OF SILENCE AMONG MEMBERS OF THE PCC IN MINAS GERAIS

Resumo

Apesar de ser elemento corriqueiro em entrevistas realizadas no âmbito de pesquisas sociais, o silêncio é pouco compreendido em reflexões sociológicas sobre prisões e dinâmicas criminais. Contudo, deveria ser tratado como questão fundamental em algumas análises como, por exemplo, o processo de expansão da organização paulista Primeiro Comando da Capital (PCC) a Minas Gerais. A partir de conversas efetuadas com pessoas presas na Penitenciária Nelson Hungria, situada na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o artigo analisa o silenciamento em torno de determinados assuntos e, ainda, em que medida tal emudecimento permite compreender a difusão do grupo para além de seu território de origem. De fato, nem sempre o silêncio foi modulado através da ausência de sons, de forma que as narrativas efetuadas pelos presos constituíram uma espécie de repertório ensaiado, o que pode ser compreendido a luz de aspectos conjunturais e das características históricas de ação do PCC.

Palavras-chave:
Silêncio; PCC; Difusão; Minas Gerais; Repertório ensaiado

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