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Parâmetros clínicos e laboratoriais na intoxicação aguda pela dapsona

OBJETIVO: Definir a gravidade da intoxicação aguda por dapsona (DDS) – uma ocorrência médica não usual – usando parâmetros clínicos e laboratoriais. MÉTODOS: Foram estudados 274 pacientes intoxicados por DDS, divididos em quatro grupos etários; as idades variaram de um mês a 50 anos. A avaliação clínica foi efetuada por meio de um questionário e correlacionada com parâmetros laboratoriais. A metemoglobinemia (MHbp) e a dapsonemia (DDSp) foram analisadas por métodos espectrofotométricos. RESULTADOS: O sinal clínico mais prevalente da intoxicação foi a cianose, presente em 65,7% dos pacientes e em 100% das crianças menores de 5 anos. A intoxicação grave, definida laboratorialmente, de acordo com a MHb ocorreu em 56,2% dos pacientes e, de acordo com a DDSp, em 58%. A intoxicação foi grave, de acordo com a DDSp, quando houve a ingestão mediana de 20 comprimidos (100mg cada) e, de acordo com a MHbp, quando a ingestão foi de 7,5 comprimidos. A mediana de MHbp foi de 38% da Hb total. A correlação entre MHbp e a DDSp foi significativa (n=144, r=0,32, p<0,05). Observou-se uma correlação negativa entre a MHbp e o tempo decorrido da intoxicação (n=124, r=-0,34, p<0,001). Correlação negativa, entre o DDSp e o tempo decorrido da intoxicação, também foi observada ( n=63, r=-0,35, p<0,0001). CONCLUSÕES: A gravidade da intoxicação representada pelos valores da dapsonemia, determinada pela análise longitudinal, demonstrou uma associação significativa entre metemoglobinemia e o tempo decorrido da ingestão (t), de acordo com a equação: Dapsonemia = 12,9256-0,0682.t + 0,234.metemoglobinemia

Dapsona; Metemoglobinemia; Cianose; Intoxicação aguda


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