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Eventos marcadores associados à adesão ao tratamento para HIV/aids em um estudo de coorte

RESUMO

OBJETIVO

Analisar como eventos clínicos e sociais podem impactar na adesão ao tratamento antirretroviral para o HIV.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo de coorte histórica com 528 pacientes que realizaram o tratamento para o HIV em um serviço de assistência especializada em Alvorada, RS. Foram analisadas 3429 consultas executadas entre os anos de 2004 e 2017. Para cada consulta, foram coletados dados de características do tratamento e do quadro clínico dos pacientes. A adesão, aferida pelo autorrelato dos pacientes, foi o desfecho do estudo. O modelo de regressão logística via equações de estimação generalizadas foi utilizado para estimação das associações.

RESULTADOS

67,8% dos pacientes analisados possuem até 8 anos de estudos e 24,8% têm histórico de uso de crack e/ou cocaína. Entre os homens, estar assintomático [razão de chances (RC) = 1,43; IC95% 1,05–1,93], possuir mais de 8 anos de estudo (RC = 2,32; IC95% 1,27–4,23) e nunca ter usado crack (RC = 2,35; IC95% 1,20–4,57) estiveram associados à adesão. Para as mulheres, possuir mais de 24 anos (RC = 1,82; IC95% 1,09–3,02), nunca ter usado cocaína (RC = 2,54; IC95% 1,32–4,88) e estar em gestação (RC = 3,28; IC95% 1,83–5,89) aumentaram as chances de adesão.

CONCLUSÕES

Além de características sociodemográficas definidas, eventos pontuais que podem ocorrer na trajetória de pacientes em tratamentos longos, como início de uma nova gestação e não apresentar sintomas, podem impactar nas chances de adesão dos pacientes ao tratamento.

Síndrome de Imunodeficiência Adquirida, tratamento farmacológico; Adesão à Medicação; Pacientes Desistentes do Tratamento; Fatores de Risco; Estudos de Coortes

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