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Sintomas depressivos na infância interferem na inteligência na idade adulta?

RESUMO

OBJETIVO

Investigar os efeitos dos sintomas depressivos na infância no desenvolvimento intelectual do adulto jovem.

MÉTODOS

Estudo realizado com uma coorte de nascimentos de São Luís, Maranhão, Brasil, composta por 339 participantes avaliados entre 7 e 9 anos e entre 18 e 19 anos. Utilizou-se modelagem de equações estruturais (escolaridade do adulto jovem, sexo, raça/cor) e variáveis da infância (estado nutricional, sintomas depressivos, função cognitiva, escolaridade do chefe da família e da mãe, renda familiar). Além disso, ocupação do chefe da família, idade da mãe e presença de companheiro foram testadas como determinantes do quociente de inteligência (QI) dos adultos.

RESULTADOS

A presença de sintomas depressivos na infância gerou redução de 0,342 no desvio-padrão (DP) e -3,83 pontos no QI médio dos adultos (valor de p < 0,001). A função cognitiva na infância apresentou efeito total e direto positivo (coeficiente padronizado [CP] = 0,701; valor de p < 0,001) sobre o QI, elevando 7,84 pontos a cada aumento do nível. Identificou-se efeito indireto positivo do estado nutricional infantil (CP = 0,194; valor de p = 0,045), escolaridade do chefe da família (CP = 0,162; valor de p = 0,036) e da mãe da criança, este último mediado pela função cognitiva na infância (CP = 0,215; valor de p = 0,012) sobre o QI dos jovens.

CONCLUSÃO

A presença de sintomas depressivos na infância gerou efeito negativo de longo prazo sobre a inteligência, reduzindo a pontuação do QI na idade adulta.

Criança; Adulto; Depressão; Inteligência

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