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RESUMOS DE LIVROS/BOOK REVIEWS

Nelly Martins Ferreira Candeias

Departamento de Prática de Saúde Pública - FSP/USP

Behavioral health: a handbook of health enhancement and diseases prevention; edited by Joseph D. Matarazzo et al., New York, John Wiley, 1984. 1292 p.

Em 1945, Mustard referiu-se, ao surgimento de uma nova profissão, os educadores de saúde pública, comentando não sofrerem estes das limitações do treinamento científico e nem se fundamentarem em dados decorrentes da saúde ou da doença. Como reagiria Mustard, quarenta e um anos depois, face à base científica dos artigos incluídos neste livro? Certamente com mais entusiasmo e menos ceticismo.

Os estudos aqui agrupados esclarecem importantes dúvidas sobre a natureza, os objetivos e a prática da Educação em Saúde, destacando-se entre eles, o artigo intitulado "Health Education Models" da autoria de um dos mais eminentes especialistas da atualidade, Lawrence Green, biólogo e cientista social. Deixa claro, por exemplo, que "a Educação em Saúde é uma interdisciplina que combina elementos da psicologia, sociologia, economia, antropologia cultural, educação, administração, epidemiologia e filosofia" (pág. 192). Deste modo, a hipertrofia de uma dessas disciplinas, no treinamento profissional desse especialista, não poderia deixar de comprometer a prática eclética da Educação em Saúde, pondo em risco sua credibilidade técnica junto aos observadores mais atentos do sistema de saúde. Mostra que a especificidade dessa prática é, consensualmente, o comportamento humano, tendo em vista seus efeitos para a díade saúde-doença, o que aliás justifica plenamente o título do livro - "Behavioral Health".

Além disso explica a especificidade política da área ao considerar os seguintes aspectos: por um lado, o baixo nível sócio-econômico de grande parte da população-alvo dos programas de Saúde Pública, comprometendo os esforços dispendidos nos serviços de atendimento médico-sanitário; por outro, o poder econômico de grupos que se empenham na rentável produção de condições que levam inexoravelmente à doença. Sendo assim, o comportamento político não pode deixar de ser um dos objetivos da Educação em Saúde. Porém, afirma o autor, "não se pode considerar a ação política como o objetivo fundamental de uma profissão. Se isto ocorresse esta deixaria de ser uma profissão para se transformar em um partido político. Um programa específico de educação em saúde pode considerar a ação política de determinada população como um dos seus objetivos comportamentais, mas isso não quer dizer que a política passe a ser a 'raison d'être' dessa profissão. A ação política educada é uma forma de comportamento voluntário conducente à saúde, qualificando-se por isso como um dos objetivos da educação em saúde".

Estes são alguns dos pontos discutidos neste livro que se divide em treze seções: saúde comportamental, modelos para ampliar a saúde, estratégias para ampliar a saúde, exercício, dieta saudável, prevenção de tabagismo, pressão sangüínea, saúde bucal, segurança, prevenção do abuso de bebidas alcoólicas, ambientes na promoção da saúde, treinamento para promoção da saúde e saúde comportamental no século XXI. Cerca de 95 especialistas de várias Universidades, Hospitais e Institutos contribuiram para esta importante publicação.

Como relatam os editores, no Prefácio, o livro descreve os mais recentes esforços da integração das perspectivas e técnicas das ciências biomédicas e comportamentais na busca de respostas a problemas de saúde. Ao focalizar a problemática da saúde comportamental, espera-se que os artigos nele apresentados levem a significativos avanços científicos nas áreas da Educação em Saúde/Promoção da Saúde.

Lourdes de Freitas Carvalho

Projeto Itapecirica da Serra - FSP/USP

Descentralizing hospital management: a manual for supervisors; by Joseph J. Bean Jr. and Rene Laliberty. Reading, Mass., Addison-Wesley Publishing Company, 1980. 208 p.

Trata-se de Manual para Supervisores cujo primeiro capítulo enfatiza a necessidade da humanização do hospital, tanto para pacientes como para o pessoal que nele trabalha.

Atenção especial é dada à descentralização das atividades administrativas do órgão superior para a direção dos diversos serviços hospitalares.

O Manual é extremamente útil para quem se interessa pela administração de recursos humanos. Capítulos como rotatividade de pessoal, seu relacionamento com o trabalho, técnicas de entrevista e processos de seleção, medida e análise do absenteísmo e seu controle, bem como do desemprego, além da avaliação do desempenho do empregado merecem consideração especial.

Finalmente, não de pouca importância é o capítulo relativo ao planejamento e a administração do serviço de enfermagem no hospital.

Este manual é recomendado para aqueles elementos interessados nos vários aspectos de administração de recursos humanos no hospital.

Aracy Witt de Pinho Spinola

Departamento de Prática de Saúde Pública - FSP/USP

The economics of health in developing countries; edited by Kenneth Lee and Anne Mills. Oxford, Oxford University Press, 1983. 245 p.

A obra é constituída por 11 capítulos, escritos por especialistas do campo das ciências econômicas, com experiência direta de trabalho em países em desenvolvimento.

O conteúdo aborda série de questões relacionadas com micro e macro economia; cada capítulo apresenta inicialmente uma revisão do existente na área enfocada, incluindo informações teóricas referentes a métodos e achados empíricos.

É evidenciado como podem ser utilizados conceitos, teorias e técnicas da economia na saúde, em países em desenvolvimento; igualmente, são apontadas dificuldades operacionais.

O primeiro capítulo corresponde a uma introdução à questão da saúde em países em desenvolvimento, com menção às disciplinas relacionadas à economia em saúde, bem como à evolução desta área do saber. Uma visão ampla da economia em saúde, em relação ao desenvolvimento econômico, serviços de saúde e saúde, é dada no segundo capítulo; destaca-se o exame das influências e determinantes do estado de saúde das populações, que permitem ao planejador de saúde identificar as intervenções necessárias.

No terceiro capítulo são focalizadas as várias modalidades de financiamento viáveis no setor saúde e seu significado; adicionalmente são enfocados aspectos conceituais e metodológicos de pesquisas sobre o assunto.

No capítulo 4 é analisada a problemática do seguro de saúde; este é considerado como sendo um meio pelo qual os governos, grupos e indivíduos, pretendem contornar o custo dos serviços de saúde; são apresentados critérios que podem ser utilizados para a análise de módulos de seguro-saúde

As implicações econômicas de abordagens alternativas de melhoria da saúde, em particular, a filosofia e conteúdo da assistência primária de saúde, são vistas no capítulo 5, enquanto que no sexo, é abordada a questão do treinamento da mão-de-obra e custo desta modalidade de assistência; os recursos humanos são considerados elementos essenciais no processo de desenvolvimento, incluindo uma grande gama de indivíduos, de profissionais técnicos à voluntários da comunidade.

A apreciação das opções de atuação apresentadas até esta parte da obra, constituem o capítulo 7, com enfoque de técnicas econômicas que podem ser aplicadas à qualquer decisão de investimento público, no setor saúde; dentre estas, salientam-se o custo-benefício e o custo-eficiência.

O capítulo 8 também se refere às avaliações de natureza econômica, particularizando, porém, a imunização; é comentado seu significado preventivo e implicações econômicas decorrentes, com análises de estudos que utilizaram as técnicas acima citadas.

A nutrição compõe o nono capítulo e é mosttrado como determinadas técnicas e enfoques econômicos podem ser utilizados no planejamento do setor.

A relação existente entre o planejamento em saúde e o desenvolvimento, é objeto de discussão do capítulo dez, chamar a atenção para o fato de que os modelos de alocação ótima de recursos, nem sempre são aplicáveis ao setor saúde.

Uma revisão crítica do papel dos economistas e da economia é feita no capítulo onze; inclui ainda, um glossário de conceitos econômicos e, também, observações referentes aos problemas que os economistas encontram no campo da saúde.

Os temas são abordados de forma adequada e crítica, embora não profunda, possivelmente, tendo em vista a heterogeneidade dos profissionais da saúde; a leitura é agradável apresentando questões teóricas e práticas. Em relação as últimas, observa-se que elas não dizem respeito a países latinoamericanos, mas a eles podem ser parcialmente adaptadas.

Estando a ciência econômica em franca evolução na saúde, este livro é útil para economistas que se iniciam na especialidade, bem como para planejadores, administradores e outros profissionais afins da citada área.

A linguagem utilizada é simples, permitindo entendimento aos não formados em economia.

Evelin Naked de Castro Sá

Departamento de Prática de Saúde Pública - FSP/USP

Epidemiology and policies for health planning; by Mark McCarthy. London, King Edward's Hospital Fund for London, 1982. 214 p.

O livro está estruturado em 7 capítulos (ou Seções), sendo 5 bem especializados: Medicina e Cirurgia, Moléstias Crônicas e Deficiências, Saúde da Mulher, Infância e Saúde Mental.

Também muito especializados são os tópicos dentro de cada capítulo e, assim, tornam-se mais direcionados para especialistas nas respectivas áreas. Com utilidade mais geral, temos o capítulo 1 - Introdução (planejamento, epidemiologia e indicadores), (pg. 10 a 24) e, o capítulo 7 - Saúde e Doença: (fatores associados à saúde e doença e informação para a saúde), (pg. 184 a 204).

Mesmo estes dois capítulos parecem ser de leitura leve e breve, isto é, há obras bem mais fundamentadas sobre os conceitos de planejamento, administração e epidemiologia, saúde e doença e informação em saúde. A obra é recomendada apenas para completar pesquisa bibliográfica necessária em algum tema.

Oswaldo Paulo Forattini

Departamento de Epidemiologia - FSP/USP

Human ecology and infectious diseases; edited by Neil A. Croll and John H. Cross. New York, Academic Press, 1983. 364 p.

Sem dúvida, trata-se de texto pioneiro, no sentido de reunir em capítulos específicos, aspectos ecológicos da associação das populações envolvidas nos quadros epidemiológicos das doenças infecciosas, ou seja, a humana e as dos agentes infecciosos.

Além do capítulo introdutório, de caráter conceitual, o livro dedica outros doze a assuntos específicos. Sob o ponto de vista geográfico, predominam aspectos relacionados com os Continentes Asiático e Africano, além da América do Norte. Para a nosologia neotropical, destaca-se um capítulo dedicado à tripanossomíase americana.

O livro procura associar os estudos e pensamentos no campo da ecologia humana e doenças transmissíveis, com a focalização de fatores culturais, antropológicos e sociais, nos mecanismos da transmissão. Como não podia deixar de ser, não são abordadas todas as doenças infecciosas. Dá-se especial ênfase às parasitoses e às zoonoses, uma vez que parece serem as mais sensíveis à influência do comportamento humano e aos fatores ecológicos.

O livro é de apreciável valor para os que se dedicam ao estudo das doenças tropicais e da saúde pública, bem como para especialistas em epidemiologia, antropologia, parasitologia e entomologia.

Evelin Naked de Castro Sá

Departamento de Prática de Saúde Pública - FSP/USP

Inequalities in health: the Black report; by Douglas Black et al. Harmondsworth, Middlesex, England, Penguin Books, 1982. 240 p.

A primeira edição deste livro é de 1982; trata-se de trazer, para uma maior audiência, o Relatório do grupo de trabalho sobre desigualdades em Saúde, presidido por Sir Douglas Black - daí o nome de Relatório Black, que foi submetido ao então Secretário de Estado em abril de 1980. Essas datas situam o Relatório Black em uma época em que ainda não se cogitava, ao que se saiba, de introduzir profundas modificações no "National Health Service", na Grã-Bretanha, e é provável que obras deste tipo tenham atendido àquele intuito.

Resumir este livro é para mim uma dupla satisfação. Primeiramente, contar com uma boa e documentada apreciação sobre a qualidade dos serviços de saúde na Inglaterra que sucede à época em que lá estive - 1971, para o Special Aspects Course of Public Administration, na Universidade de Manchester, curso no qual a maioria dos meus estágios e visitas foram programadas no Setor Saúde. Em segundo lugar, porque este é um livro que, a meu ver mescla saúde, administração pública sociologia das organizações e onde se pode apreciar o esforço de ponte entre essas matérias.

Lista de gráficos, lista de tabelas, prefácio, introdução à edição Pelican por Peter Townsend e Nick Davidson (11 páginas), glossário de abreviaturas e definições antecedem o livro propriamente dito. Neste, há uma introdução por Patrick Jenkin, então Secretário de Estado para Serviços Sociais (agosto 1980) e uma outra, descritiva do grupo de trabalho e sua cronologia. São 9 capítulos: conceitos de saúde e desigualdades; padrões das atuais (na época) desigualdades em saúde; tendências das desigualdades em saúde; desigualdades na disponibilidade e uso dos serviços de saúde; comparações internacionais; busca de uma explicação para desigualdades em saúde; necessidade de maior informação e pesquisa; planejando serviços sociais, saúde e a estratégia global, sumário e recomendação, tabelas anexas, referências e índice por assunto completam o livro.

Em sumário e recomendações (pg. 206 e seguintes) há uma série de comentários finais aos assuntos tratados no livro, e com recomendações específicas e importantes para o leitor. Dentre elas citamos as seguintes: 1) os dados mais recentes mostram marcadas diferenças nas taxas de mortalidade entre classes sociais, para ambos os sexos e todas as idades; 2) as falhas de desenvolvimento e, em alguns aspectos, mesmo de deteriorização da saúde entre os trabalhadores não qualificados ou semi-qualificados em comparação com a classe alta está piorando; 3) desigualdades estão existindo, inclusive na utilização de serviços de saúde, particular e mais gravemente nos serviços preventivos; 4) a comparação da experiência britânica com a de outros países industrializados, com base nas taxas de mortalidade geral, mostram que as taxas de mortalidade infantil e perinatal têm sido notadamente mais altas e permanecem algo mais altas do que as de 4 países nórdicos e dos Países Baixos e comparáveis com os da República Federal da Alemanha; 5) não se acredita que bastem simples e únicas explicações dos dados expostos; embora haja um número considerável de distintas abordagens teóricas, deseja-se destacar a importância das diferenças de qualidade de vida. Do ponto de vista dos autores, muitas das evidências em desigualdades sociais em saúde pode ser entendida em termos de condicionantes específicos do ambiente sócio-econômico; 6) tem sido possível contar com estatísticas nacionais de excepcional qualidade no que se refere à saúde e mortalidade, bem como um amplo leque de pesquisas; há consciência, porém, de certa inadequação nas estatísticas e lacunas em pesquisa, como por exemplo, quanto se precisa examinar experiências com saúde e utilização de serviços públicos, em relação a ingressos e à renda; 7) considera-se, também, que a forma das estatísticas administrativas pode refletir e determinar o modo pelo qual a adequação e o desempenho do serviço são entendidos, daí terem considerável importância. Recomendam que estatísticas de saúde escolar sejam feitas rotineiramente relacionadas com classe social, resultados de testes de audição, visão, medidas de peso e altura. Como passo inicial, recomenda-se que as autoridades locais de saúde, em conjunto com as educacionais, escolham uma amostra representativa de escolas nas quais os assentamentos básicos possam ser iniciados como rotina; 8) os acidentes são não apenas inteiramente responsáveis por 1/3 das mortes de crianças como também mostram (com as doenças respiratórias) que se apoiam em um gradiente de classes; 9) seria desejável documentar os acidentes de tráfego, com crianças, para reforçar uma melhor ligação entre o NHS e a polícia central e local. Seguem-se mais comentários relacionados com os dados tratados extensamente nos capítulos do livro.

Os comentários e recomendações relativos aos serviços de saúde destinados a implementar os objetivos delineados no livro são, ao final, apresentados pelos autores em 2 grupos: 1.°) elementos para um chamado Programa de Ação Distrital, entendido como um programa geral para saúde e serviços sociais a pessoas, a ser adotado por toda a nação, e envolvendo necessariamente modificações na estrutura da assistência à saúde; 2.°) um programa envolvendo previsão de certos serviços numa base experimental em áreas particularmente de alta mortalidade e condições sociais adversas e para as quais fundos especiais devem ser destinados. O Programa para o Distrito aborda: saúde e bem-estar de mães, pré-escolares e escolares (pg. 211); a assistência aos idosos e doentes em suas próprias casas (pg. 212); o papel do governo na prevenção (pg. 212 e 213); recursos adicionais para áreas especiais (pg. 214); e medidas externas aos serviços de saúde (pg. 214 a 216).

As notícias de que estão sendo propostas reformas ao National Health Service, e talvez, para as quais tenham tido importância os assuntos abordados neste livro, torna obrigatório o acompanhamento de tal processo de reformulação por esta Faculdade, pelo muito que isso auxiliaria como material didático comparativo de sistemas de saúde. Nesse sentido, este livro é recomendável para os técnicos e docentes da área de saúde, administração pública e políticas públicas, que queiram, além de inteirar-se dos estudos sobre desigualdades em saúde, fazer um acompanhamento de eventuais reformas em curso na Grã-Bretanha. E, como já foi dito antes, é uma obra que faz ligação entre assistência à saúde, administração pública e sociologia da administração.

Evelyn Naked de Castro Sá

Departamento de Prática de Saúde - FSP/USP

Instrumento de avaliação para o hospital geral de pequeno porte, elaborado pelo Ministério da Saúde, Secretaria Nacional de Ações Básicas de Saúde. Divisão Nacional de Organização de Serviços de Saúde. Brasília, Centro de Documentação do Ministério da Saúde, 1985. 58 p. (Série A: Normas e Manuais Técnicos, 22)

Este é um dos manuais editados pelo Ministério da Saúde, que tem utilidade operacional imediata para a exposição docente e treinamento de alunos e para profissionais e comandos de hospitais.

O manual está bem estruturado, com todos os elementos necessários a um documento com a finalidade a que se propõe.

Eventuais discrepâncias de padrões numéricos, segundo uma ou outra orientação, não deverão ser invocados para o não uso do manual e, sim, para exemplificação.

Antonio Carlos Rossin

Departamento de Saúde Ambiental - FSP/USP

Management of industrial wastewater in developing nations, proceedings of the International Symposium; edited by David Stuckey and Ahmed Hamza. Oxford, Pergamon Press, 1982. 500 p.

Esta publicação é uma compilação dos trabalhos apresentados no Simpósio Internacional sobre Gerenciamento dos efluentes líquidos industriais em países em desenvolvimento, em Alexandria, Egito, de 28 a 31 de março de 1981. Cerca de 300 delegados de 23 nações participaram do evento onde foram apresentados 64 trabalhos, dos quais 41 constam desta publicação.

Este livro está dividido em três seções. Na primeira foram agrupados 9 trabalhos que demonstram a experiência de vários países (inclusive o Brasil) no controle da poluição tanto a nível macro como a nível de micro ambiente.

Na segunda seção são apresentados os trabalhos que tratam dos processos físicos que controlam a dispersão da poluição no ambiente, especialmente por metais pesados e pesticidas. São ao todo 8 trabalhos.

Finalmente na terceira seção são discutidas tecnologia específicas de controle para determinados efluentes. São 24 trabalhos agrupados nesta seção.

Os trabalhos apresentados neste Simpósio, de uma maneira geral discutem os problemas associados com tecnologia de tratamento apropriados, monitoramento da qualidade ambiental e a formulação de políticas nacionais para o controle da poluição Ambiental.

Oswaldo Paulo Forattini

Departamento de Epidemiologia - FSP/USP

Méthodes en épidemiologie: Échantillonnage - Investigations - Analyse, by Claude Rumeau-Rouquette et al. Paris, Flamarion Medecine Sciences, 1985. 398 p.

Trata-se da terceira edição que aparece decorridos poucos anos do aparecimento da segunda. Conforme se pode ler na apresentação, objetivou-se mais complementar do que rever a obra que já atingiu nível que permite considerá-la como clássica. Os elementos acrescentados dizem respeito a técnicas de avaliação, em seus aspectos de amostragem, investigação e análise, como aliás consta de subtítulo do livro.

A obra apresenta-se dividida em quatro partes e inclui, em seu conjunto, trinta capítulos. Em se tratando, de texto especificamente dedicado à metodologia, a matéria é exposta de maneira bastante detalhada e com seqüência correspondente à descrição de técnicas, de estratégia e interpretação, e de avaliação de resultados. A primeira parte é dedicada a princípios gerais, bem atualizados, destacando-se as conceituações básicas, bem como as aplicações da epidemiologia no domínio científico. A segunda parte trata da amostragem, a terceira da descrição e investigação e a quarta da análise.

Sem dúvida, para a orientação proposta, é obra completa. A leitura do texto, redigido em linguagem simples e clara, torna-se amena e atraente, em que pese a aridez de muitos temas, inerente a toda descrição da metodologia. É livro de consulta muito proveitosa para todos aqueles que militam neste campo da ciência.

Oswaldo Paulo Forattini

Departamento de Epidemiologia - FSP/USP

Microbiología, editado por Luiz Rachid Trabulsi. Rio de Janeiro, Liv. Atheneu, 1986. 355 p.

Este livro objetiva constituir-se em texto que difira da abordagem clássica, graças à introdução da Bacteriologia Clínica, e do estudo das viroses ao invés dos agentes vitais, individualmente. Acresce a inclusão de capítulos dedicados a princípios de diagnóstico e de epidemiologia, a drogas antibacterianas e conseqüências de seu uso, e a conhecimentos atualizados sobre mecanismos de virulência das bactérias.

O livro compreende 69 capítulos, divididos em sete partes. Nas três primeiras, trata de Bacteriologia Geral, Especial e Clínica. A quarta e quinta são dedicadas à Micologia e as duas últimas à Virologia.

No estado atual dos conhecimentos científicos não se pode deixar de considerar como bastante ambicioso todo projeto que pretenda reunir em um só volume, no caso em tela, de 355 páginas, tão amplo campo de especialidades. Embora consagrada pelo uso, o termo Microbiologia, na verdade há muito deixou de ter sentido. Eis que nela estariam reunidas áreas tão distantes, na tecnologia empregada e na abordagem de sua problemática de pesquisa, que dificilmente poderiam se agrupar. De sorte que, como não poderia deixar de acontecer, e em que pesem os louváveis esforços de sua autoria, o livro adquire feição essencialmente geral, ou melhor diria, panorâmica, dada a impossibilidade de descer a detalhes mais específicos. É de se assinalar, como exemplo, a total ausência de qualquer referência à síndrome da imunodeficiência adquirida mais conhecida em nosso meio pela sigla de AIDS, que desde o início da década vem ocupando apreciável espaço na literatura científica.

De qualquer maneira, trata-se de texto útil para leitores que desejem se iniciar em algum ramo de atividade desse campo ou que desejem adquirir cultura geral focalizando esses temas.

Nelly Martins Ferreira Candeias

Departamento de Prática de Saúde Pública - FSP/USP

Respuesta de la comunidad a los problemas relacionados con el alcohol . . .; por E.B. Ritson, Ginebra, Organizacion Mundial de la Salud, 1985. 74 p. [ Cuadernos de salud publica, n.° 81].

Como ressalta o Prefácio, encontra-se, neste livro, o projeto de maior envergadura desenvolvido pela Organização Mundial da Saúde a respeito de alcoolismo. O estudo realizou-se no México, Escócia e Zambia, tendo sido patrocinado e coordenado pela OMS, com o apoio dos respectivos Governos e do Instituto Nacional sobre o Uso Indevido do Álcool e Alcoolismo dos Estados Unidos.

E.B.Ritson, Psiquiatra Consultor do Departamento de Psiquiatria da Universidade de Edimburgo, na Escócia, é o responsável por esta publicação, que se divide em três partes: Princípio e Organização do Estudo; Hábitos de Consumo de Bebidas Alcoólicas, Problemas Relacionados com o Álcool e Características da Resposta Comunitária; finalmente, Reflexões sobre os Resultados do Estudo e Conseqüências para Futuras Atividades.

É oportuna esta publicação que visa a divulgar grande quantidade de informações, despertar o interesse dos leitores, e promover a realização de outras investigações internacionais. Aos interessados, adverte-se que a Organização Mundial da Saúde publicou um Manual intitulado "Normas para investigar los problemas relacionados com el alcohol y preparar Ias soluciones adecuadas" (OMS, Publicaciones en Offset, n.° 81).

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    27 Jun 2005
  • Data do Fascículo
    Dez 1986
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