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Nem tão “Flamengo”: questões de posição e o voto no Brasil

Not even so “Flamengo”: Issues on positioning and vote in Brazil

Resumo

Introdução:

Este artigo analisa a suposta simplicidade das percepções e imagens que os eleitores usam para basear seus entendimentos e condutas acerca da política institucional, caracterizadas por Fábio Wanderley Reis como a “Síndrome do Flamengo”.

Materiais e Métodos:

A pesquisa está assentada em análises econométricas e psicométricas de dados coletados nas eleições presidenciais brasileiras – no Datafolha, ESEB e Lapop -, de 1989-2014. Para tanto, verificou-se a validade do arrazoado mediante o exame de uma possível associação entre os posicionamentos políticos e o voto, ao longo dos anos considerados.

Resultados:

É infundado o postulado que atribui aos brasileiros pouca complexidade nas escolhas eleitorais. A relevância das concepções programáticas, e não meramente materiais e simbólicas, dos cidadãos mostraram-se estatisticamente significativas em todos os anos explorados.

Discussão:

A convicção segundo a qual eleitores brasileiros padecem de uma enfermidade, a “Síndrome do Flamengo”, alicerçou uma literatura que permaneceu pouco atenta às convicções programáticas dos eleitores. Neste trabalho, demonstro que existe uma correlação clara entre os posicionamentos políticos dos eleitores e o voto, aspecto que contraria o postulado defendido por Reis.

Palavras-chave:
Síndrome do Flamengo; comportamento político; multidimensionalidade; sofisticação política; voto

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