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O hamster (Mesocricetus auratus) como modelo experimental na doença de Chagas: estudos histopatológico e parasitológico das fases aguda e crônica da infecção por Trypanosoma cruzi

Opresente trabalho tem como finalidade caracterizar as fases aguda e crônica da doença de Chagas em hamster, através de estudos parasitológicos e histopatológicos. A fase aguda foi induzida em 44 hamsters jovens, inoculados intraperitonealmente, com 100.000 tripomastigotas sanguíneos das cepas Y e Benedito do T. cruzi. Afase crônica foi produzida em 46 hamsters, inoculados intraperitonealmente, com 35.000 tripomastigotas sanguíneos das cepas Y, Vicentina e Benedito. Os animais foram sacrificados a intervalos regulares de 24 horas na fase aguda, durante 15 dias e na fase crônica, a partir do 3° mês até o 10° mês da infecção. Na fase aguda, o parasita foi facilmente recuperado de todos os animais, os quais apresentaram reação inflamatória, de intensidade variável, de células mononucleares e polimorfonucleares, na maioria dos tecidos e órgãos, principalmente nos tecidos conjuntivo frouxo e adiposo, músculo liso, cardíaco e esquelético. Na fase crônica, as lesões ocorreram nos mesmos tecidos e órgãos, mas a resposta inflamatória com infiltrado mononuclear foi mais grave no miocárdio onde adquiriu caráter fibrosante. No miocárdio os parasitas foram encontrados em 50% dos casos. A partir do líquido pericárdico, peritoneal e ascítico desses animais foram recuperados parasitas através do microhematócrito e hemocultura. Regularmente, observaram-se sinais de insuficiência cardíaca, com morte súbita e de dilatação do intestino grosso e atrofia dos genitais internos. Conclui-se que o hamster é um modelo útil para o estudo da doença de Chagas.

Doença de Chagas; Modelo experimental; Hamster


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