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Soroepidemiologia da infecção pelo Trypanosoma cruzi na zona rural do semiárido do Estado do Rio Grande do Norte, Brasil

INTRODUÇÃO: A infecção pelo Trypanosoma cruzi foi avaliada em uma área endêmica do Estado do Rio Grande do Norte, Brasil, por inquérito soroepidemiológico amostral em moradores da zona rural. MÉTODOS: Dezesseis municípios foram sorteados, 15 da mesorregião oeste e um da central, com população estimada em 83.852 indivíduos. Foram coletadas 1.950 amostras de sangue no oeste e 390 em Caicó. A detecção de anticorpos anti-T. cruzi foi realizada usando os kits Chagatest® ELISA, HAI-hemaglutinação e a reação de imunofluorescência indireta. Nos soros com resultados indeterminados foi realizado o western blot TESAcruzi® para confirmação da reatividade. RESULTADOS: A estimativa da soroprevalência revelou 6,5% para a mesorregião oeste e 3,3% em Caicó. A soropositividade eleva-se progressivamente com a idade dos indivíduos até a quinta década de vida em Caicó e na sexta década na mesorregião oeste. Apenas o grau de escolaridade e o conhecimento do triatomíneo evidenciaram associação à soropositividade. Não foram identificados indivíduos sororreativos com idade inferior a 18 anos. CONCLUSÕES: A infecção pelo T. cruzi persiste mais elevada e concentrada em municípios da área central da mesorregião oeste, mas evidências sugerem o declínio da transmissão vetorial nessa mesorregião e em Caicó. As variáveis epidemiológicas parecem não exercer influência na soropositividade, à exceção da escolaridade e conhecimento do triatomíneo entre indivíduos sororreativos da mesorregião oeste.

Trypanosoma cruzi; Doença de Chagas; Soroprevalência; Variáveis epidemiológicas


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