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O papel dos probióticos na resposta imunológica e na microbiota fecal de crianças com doença celíaca: uma revisão sistemática

RESUMO

Objetivo:

Avaliar mudanças na resposta imunológica (diminuição de citocinas pró-inflamatórias no sangue) e na microbiota fecal (principalmente Bacteroidetes e Firmicutes) após a administração de probióticos em crianças com doença celíaca que seguiam uma dieta livre de glúten.

Fontes de dados:

Foram utilizadas para esta revisão as bases de dados Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Springer e Scientific Electronic Library Online (SciELO), com os descritores “celiac disease AND probiotics”. No fim da busca, foram recuperados 168 artigos, dos quais quatro foram incluídos na síntese qualitativa final. Os critérios de inclusão foram ensaios clínicos randomizados e população pediátrica (1–19 anos) e os critérios de exclusão, intervenções que não fossem com probióticos, estudos com pacientes portadores de outras doenças associadas à doença celíaca, ou que não preenchessem critérios para o diagnóstico. Todos os estudos eleitos foram publicados até setembro de 2020, sem restrição de idioma, com pacientes recebendo cepas de Bifidobacterium breve ou B. longum e em uma dieta livre de glúten.

Síntese dos dados:

Os estudos demonstram que a administração de probióticos associada a uma dieta livre de glúten pode aproximar a microbiota fecal desses pacientes às condições típicas de um indivíduo saudável ao restaurar a abundância de algumas comunidades microbianas que caracterizam uma condição tipicamente fisiológica. Além disso, a administração de probióticos pode reduzir as citocinas pró-inflamatórias (principalmente TNF-alfa).

Conclusões:

Apesar da correlação positiva entre probióticos e microbiota fecal/marcadores sorológicos nos pacientes pediátricos portadores de doença celíaca, ressalta-se a necessidade de estudos multicêntricos futuros que abranjam um maior número de pacientes e maior tempo de acompanhamento.%

Palavras-chave:
Doença celíaca; Probióticos; Microbioma gastrointestinal; Dieta livre de glúten; Bifidobacterium breve; Bifidobacterium longum

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