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Um estudo caso-controle de infecções sintomáticas por Clostridioides difficile em um hospital oncológico pediátrico

RESUMO

Objetivo:

Analisar e identificar infecções documentadas e possíveis fatores de risco para infecções por Clostridioides difficile em crianças com câncer.

Métodos:

Estudo retrospectivo caso-controle em um hospital pediátrico oncológico, que abrangeu os anos de 2016–2019. O pareamento foi realizado por idade e doença de base e, para cada caso, o número de controles variou de um a três. Modelos de regressão logística foram utilizados para avaliar os fatores de risco.

Resultados:

Analisamos 63 casos de infecção documentados por C. difficile e 125 controles. A diarreia esteve presente em todos os casos, acompanhada de febre acima de 38°C em 52,4% dos pacientes. A mortalidade foi semelhante entre casos (n=4, 6,3%) e controles (n=6, 4,8%; p=0,7). No grupo caso, 71% dos pacientes e, no grupo controle, 53% deles receberam antibióticos de amplo espectro antes da infecção. Para uso prévio de vancomicina, a Odds Ratio para infecção por C. difficile foi de 5,4 (intervalo de confiança [IC95%] 2,3–12,5); para meropenem, 4,41 (IC95% 2,1–9,2) e, para cefepima, 2,6 (IC95% 1,3–5,1). Para os agentes antineoplásicos, a razão de chances para carboplatina foi de 2,7 (IC95% 1,2–6,2), para melfalano de 9,04 (IC95% 1,9-42,3), para bussulfano de 16,7 (IC95% 2,1–134,9) e, para asparaginase, de 8,97 (IC95% 1,9–42,9).

Conclusões:

A infecção sintomática por C. difficile em crianças com câncer associou-se à internação prévia e ao uso de antibióticos como vancomicina, meropenem e cefepime nos últimos três meses. Os quimioterápicos carboplatina, melfalano, bussulfano e asparaginase também foram fatores de risco.

Palavras-chaves:
Criança; Clostridioides difficile ; Câncer

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