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Atualização sobre crianças “minimamente verbais” com transtorno do espectro do autismo

RESUMO

Objetivo:

Revisar as características clínicas e neurobiológicas de crianças minimamente verbais com transtorno do espectro do autismo.

Fontes de dados:

Realizamos uma revisão narrativa utilizando o banco de dados PubMed. Foram considerados os seguintes termos de pesquisa combinados através do operador booleano “AND”: “transtorno do espectro autista”; “Minimamente verbal”.

Síntese dos dados:

Até o momento, não existe uma definição compartilhada de crianças minimamente verbais com transtorno do espectro do autismo. A heterogeneidade no funcionamento intelectual e nas habilidades linguísticas entre esses indivíduos sugere que não há um mecanismo único subjacente às dificuldades de aprender a falar. No entanto, não sabemos os motivos pelos quais essas crianças não falam, nem os marcadores biológicos que podem identificá-las. O comprometimento da linguagem nessas crianças pode levar a várias conseqüências desfavoráveis, incluindo problemas de comportamento (como auto-agressão, hetero-agressão e destruição de propriedades), pior qualidade de vida diária e habilidades sociais. A comorbidade psiquiátrica (incluindo transtorno de déficit de atenção/hiperatividade, fobias específicas, compulsões) é um problema grave relacionado à falta de linguagem verbal em indivíduos com transtorno do espectro do autismo. Embora na literatura existam muito poucos resultados baseados em evidências, vários achados sugerem que uma intervenção de comunicação alternativa e aumentativa, criando um canal de comunicação extra-verbal, pode ser eficaz nesses indivíduos.

Conclusões:

Muito ainda precisa ser entendido sobre a definição exata, características clínicas, distúrbios associados, etiologia e tratamento de indivíduos minimamente verbais com transtorno do espectro do autismo.

Palavras-chave:
Transtorno do espectro autista; Crianças; Língua; Comunicação; Comportamento

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