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Modelos preditivos da composição corporal de neonatos: uma revisão sistemática

RESUMO

Objetivo

Analisar os modelos de predição da massa livre de gordura e da massa de gordura de neonatos, tendo como teste de referência a pletismografia por deslocamento de ar.

Fontes de dados

Foi realizada uma revisão sistemática de estudos identificados nas bases de dados United States National Library of Medicine (PubMed), Biblioteca Virtual em Saúde, Scientific Electronic Library Online (SciELO) e ScienceDirect. O checklist Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA) foi utilizado para a inclusão dos estudos, e o relatório Transparent Reporting of a multivariate prediction model for Individual Prognosis or Diagnosis (TRIPOD) foi utilizado para a seleção de apenas modelos preditivos. Para a avaliação de risco de viés dos modelos, foi empregada a ferramenta Prediction model study Risk of Bias Assessment Tool (PROBAST).

Síntese dos dados

O presente estudo encontra-se registrado no PROSPERO com identificação CRD42020175048. Durante as buscas foram encontrados 503 estudos, dos quais apenas quatro artigos (seis modelos) foram elegíveis. A maioria dos estudos (três) utilizou a soma de diferentes dobras cutâneas para predizer a gordura corporal neonatal, e todos apresentaram o peso como a variável com maior contribuição na predição da composição corporal do recém-nascido. Dois modelos que utilizaram dobras cutâneas mostraram altos coeficientes de determinação e explicaram, significantemente, 81% da gordura corporal aferida pela pletismografia por deslocamento de ar, enquanto os modelos que utilizaram a bioimpedância não encontraram correlação significante entre o índice de impedância e a massa livre de gordura.

Conclusões

Os poucos estudos encontrados sobre essa temática apresentaram inúmeras diferenças metodológicas. Todavia, observou-se em três trabalhos que a dobra cutânea subescapular é um forte preditor da gordura corporal neonatal. Destaca-se que, futuramente, devem ser realizados estudos de validação de tais modelos, permitindo que posteriormente eles sejam aplicados na população. Acredita-se que o desenvolvimento desses modelos, com ferramentas de baixo custo, trará contribuições para melhor acompanhamento nutricional infantil, podendo prevenir complicações na fase adulta.

Palavras-chaves:
Recém-nascido; Análise de regressão; Composição corporal

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