Resumo
Diferentes citótipos na mesma espécie têm sido associados a mudanças na reprodução das plantas, da sexualidade à apomixia, e podem explicar o isolamento entre populações e espécies. Os híbridos resultantes de cruzamentos de interploidia podem contribuir para o entendimento de como essas populações e espécies podem ter se originado e evoluído. A morfometria estomática e as análises de citometria de fluxo foram realizadas para plântulas de diferentes populações de Eriotheca estevesiae, E. gracilipes e E. pubescens, espécies arbóreas dos Cerrados do Brasil Central. Polinizações cruzadas controladas entre indivíduos de citótipos distintos de E. gracilipes (2n = 2x = 92 e 2n = 6x = 276) e entre citótipos sexuais de E. gracilipes (2n = 2x = 92) e E. pubescens (2n = 4x = 184 ) foram realizadas. Apenas uma semente viável foi obtida a partir de cruzamentos interploidias de E. gracilipes. A hibridização entre citótipos sexuais não produziu frutos. As análises do tamanho do genoma indicaram que aparentemente não havia híbridos naturais ou população de ploidia mista entre as plântulas analisadas. O tamanho dos estômatos das plântulas era consistente com os citótipos e o nível de ploidia supostos; e quando comparados com os estômatos do híbrido de interploidia viável de E. gracilipes, indicou um nível de ploidia intermediário, tetraplóide. Embora os dados tenham confirmado a possibilidade de hibridização interploidia, os citótipos pareceram relativamente estáveis e a hibridização interploidia natural parece ser menos comum em árvores Eriotheca.
Palavras-chave:
sistema reprodutivo; citometria de fluxo; híbrido; poliploidia; morfometria estomática