Acessibilidade / Reportar erro

Regeneração de um trecho de floresta de restinga na Reserva Ecológica Estadual de Jacarepiá, Saquarema, Estado do Rio de Janeiro: II - Estrato arbustivo * * Parte da Dissertação de Mestrado, defendida pelo autor em dezembro de 1993 na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Bolsa CNPq No. 830192/91-3.

RESUMO

O estrato arbustivo representa o estágio mais adiantado da regeneração da floresta de restinga da Reserva Ecológica Estadual de Jacarepiá, impactada em 25% da área total em 1986. As espécies Trema micrantha e Aegiphila sellowiana são as pioneiras mais abundantes. O método de parcelas, embora moroso, foi eficiente, pois permite o acompanhamento da regeneração. As trepadeiras, no momento não estão relacionadas à reversão da regeneração. Espécies arbóreas que ocorrem na floresta não perturbada parecem ser favorecidas com perturbação; outras são desfavorecidas e outras são capazes de rebrotar. De 110 táxons encontrados, somente 21 são comuns a outros estudos realizados no Brasil em áreas perturbadas de restinga e mata atlântica.

Palavras-chave:
regeneração natural; corte raso; rebrota; florística; estrutura

ABSTRACT

Shrub strata represents the most advantaged regeneration stage of restinga forest in the Jacarepia State Ecological Reserve, Rio de Janeiro, which is 25% impacted of the total forest area in 1986. The pioneersTrema micrantha and Aegiphila sellowiana are the most abundant. Although slow the quadrat method was efficient and allowed monitoring forest regeneration. At present, lianas are not interfering in the regeneration process. The tree species in the primary forest seem to gain with forest disturbance, some are not affected and others are able to re-grow. Within 110 species found in the study area only twenty-one were recorded in similar studies of Brazilian disturbed areas.

Keywords:
Sandy Coastal Plain; Regeneration; logging; regrowth; forest structure

Texto completo disponível apenas em PDF.

  • *
    Parte da Dissertação de Mestrado, defendida pelo autor em dezembro de 1993 na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Bolsa CNPq No. 830192/91-3.

AGRADECIMENTOS

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq pela bolsa concedida durante a realização do curso. À Dra. Graziela Maciel Barroso e à Profa. Dorothy Sue Dunn de Araujo por toda a orientação e atenção. Ao Dr. Paulo Y. Kageyama, à Dra. Ariane L.Peixoto e ao Prof. Rogério Ribeiro de Oliveira pelo exame e sugestões na dissertação. A todos os botânicos do JBRJ, da UFRJ e do Museu Nacional, que auxiliaram nas identificações do material coletado. A Marcos Antônio de Oliveira e Jorge Caruso Gomes nos trabalhos de campo. Às exestagiárias do Projeto Restinga, Viviane Stern da Fonseca, Daniele S. Garcia e Silvana M. Schneider, pela ajuda em diversas fases do trabalho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  • Almeida, S.S. 1990. Clareiras naturais na amazônia central: abundância, distribuição e aspectos da colonização vegetal Manaus. INPA-FUA. Dissertação de Mestrado. 125p.
  • Araujo, D.S.D. 1997. Cabo Frio Region. In Davis et. al. (eds.) Centres of Plant Diversity: a guide and strategy for their conservation. The Americas Vol.3. Oxford. WWF/IUCN, p. 373-375.
  • _______. 2000. Análise florística e fitogeográfica das restingas do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro. UFRJ/PPGE. Tese de Doutorado. 176p.
  • _______. & Peixoto, A. L. 1977. Renovação de uma comunidade vegetal de restinga após uma queimada. Trabalhos do XXVI Congresso Nacional de Botânica. Academia Brasileira de Ciências p. 1-17.
  • _______. Oliveira, R.R., Lima, E. & Ravelli Neto, A. 1997. Estrutura da vegetação e condições edáficas numa clareira de mata de restinga na Reserva Biologica Estadual da Praia do Sul (RJ). Revista Brasileira de Ecologia 1(2):36-43.
  • Assumpção, J. & Nascimento, M.T.N. 2000. Estrutura e composição florística de quatro formações vegetais de restinga no complexo lagunar Grussaí/Iquipari, São João da Barra, RJ, Brasil. Acta Botanica Brasilica 14(3):301-315.
  • Barbosa, J.C.M.H. 1948. Fixação de dunas e seu aproveitamento. O problema das dunas da restinga da Marambaia. Anuário Brasileiro de Economia Florestal 1(1):312-333.
  • Bazzaz, F.A. & Pickett, S.T.A. 1980. Physiological ecology of tropical succesion: a comparative review. Annual Review of Ecology and Systematics 11:287-310.
  • Bernacci, L.C., Goldenberg, R. & Metzger, J.P. 1998. Estrutura florística de 15 fragmentos florestais ripários da bacia do Jacaré-Pepira (SP). Naturalia 23:23-54.
  • Brower, J.E. & Zar, J. H. 1977. Field and laboratory methods of general ecology Dubuque, IA, Wm.c. Brown Company Publishers, 194 p.
  • Budowski, G. 1963. Forest succesion in tropical lowlands. Turrialba 13:42-44.
  • _______. 1965. Distribution of tropical American rain forest species in the ligth of successional process. Turrialba 15: 40-42.
  • _______. 1966. Los bosques de los tropicos húmedos de América. Turrialba 16:278-285.
  • Carvalhaes, M.A. & Mantowani, W. 1998. Florística de mata sobre restinga na Juréia, Iguape, SP. Anais do IV Simpósio de Ecossistemas Brasileiros Publicação Aciesp 104(2):37-48.
  • Carrasco, P.G. & Castanheira, S.A. 2000. Produção de mudas de espécies arbóreas de restinga para recuperação de áreas degradadas em Ilha Comprida, SP. Anais do V Simpósio de Ecossistemas Brasileiros: Conservação Publicação Aciesp 109 (4):319-324.
  • Castellani, T.T. 1986. Sucessão secundária inicial em mata tropical semidecídua após pertubação por fogo Campinas, UNICAMP. Dissertação de Mestrado. 180p.
  • _______. & Stubblebine, W.H. 1993. Sucessão secundária inicial em mata tropical mesofila, após perturbação por fogo. Revista Brasileira de Botânica 16(2):181-203.
  • Cirne, P. & Scarano, F.R. 1996. Rebrotamento após fogo de Andira legalis (Leguminosae) em restinga fluminense. In: Miranda, H.S. Saito,C.H. & Dias, B.F.S. (orgs) Impactos de queimada em áreas de cerrado e restinga Brasília, UNB. p.128-137.
  • Custódio Filho, A., Franco, G.A.D.C. & Dias, A.C. 1984. Composição florística de um trecho de floresta pluvial atlântica em regeneração natural, após desmatamento diferenciado em Pariquera-Açú, SP- Brasil. Revista do Instituto Florestal 6: 87-98.
  • Domingues, A.J.P., Brandão, A.M.P.M., Guerra, A.J.T., Domingues, CN., Kuhlmann, E., Sant‘Ana, E. M., Lima, G.R., Silva, L.M., Whately, M.H., Alonso, M.T.A., Bulhões, M.G., Régis, W.D.E. & Silva, Z.L. 1976. Estudo do relevo, hidrografia, clima e vegetação das regiões programa do Estado do Rio de Janeiro. Boletim Geográfico 34(248):5-73.
  • Dorneles, L.P.P. & Negrelle, R.R.B. 2000. Aspectos da regeneração natural de espécies arbóreas da Floresta Atlântica. Iheringia, Série Botânica 53:85-100.
  • Durigan, G., Franco, G.A.D.C., Pastore, J. A. & Aguiar, O.T. 1997. Regeneração natural da vegetação de cerrado sob floresta de Eucalyptus citriodora Revista do Instituto Florestal 9(1): 71-85.
  • Dunphy, B.K., Murphy, P. G. & Lugo, A.E. 2000. The tendency for trees to be multiple-stemmed in tropical and subtropical dry forests: studies of Guanica forest, Puerto Rico. Tropical Ecology 41(2):161-167.
  • Finegan, B.1984. Forest succession. Nature 312:109-114.
  • Fonseca, V.S. 1998. Etnobotânica da Reserva Ecológica Estadual de Jacarepiá: um ensaio Rio de Janeiro. Monografia de Bacharelado em Ciências. Universidade Santa Úrsula, 96p.
  • Gentry, A.H. 1978. Diversidade e regeneração da capoeira do INPA, com referência especial as Bignoniaceae. Acta Amazônica 8(1):67-70.
  • Gomez-Pompa, A. & Burley, F.W. 1991. The management of natural tropical forests. In: Gomez Pompa, A; Whitmore, T. C. & Hadley,M. (eds.). Rain Forest: Regeneration and Management Man and Biosphere Series V.6. Paris. The Pathernon Publishing Group, p.03-17.
  • Gonçalves, D.B. & Sá, C.F.C. 1998. Dinâmica da regeneração em floresta de restinga após perturbação por tratores. Anais do IV Simpósio de Ecossistemas Brasileiros Publicação Aciesp 104 (3):272-279
  • Hartshorn, G.S. 1980. Neotropical forest dynamics. Biotropica (supl.) 12:23-30.
  • Hueck, K. 1972. As Florestas da América do Sul: ecologia, composição e importância econômica São Paulo. Polígono/Ed. Universidade de Brasília, 466p.
  • Juvêncio, I. 1959. Fixação de dunas. Boletim Geográfico 17(149):116-124.
  • Kauffman, J.B. 1991. Survival by sprouting following fire in tropical forests of the eastern amazon. Biotropica 23(3):219-224.
  • Laurance, W.F., Ferreira, L.V., Rankin-de-Merona, J.M. & Laurance, S.G. 1998. Rain forest fragmentation and the dynamics of amazonian tree communities. Ecology 79(6):2032-2040.
  • Mathes, L. A. F. 1992. Dinâmica da sucessão secundária em Mata, após ocorrência de fogo. Santa Genebra-Campinas, São Paulo Campinas, UNICAMP. Tese de Doutorado. 216p.
  • Mariano, G., Crestana, C.S.M., Batista, E.A. Giannotti, E. & Couto, H.T.Z. 1998. Regeneração natural em área a margem de represa, no município de Piracicaba, SP. Revista do Instituto Florestal 10(1): 81-93.
  • Martins, S.V. & Rodrigues, R.R. 1999. Produção de serapilheira em clareiras de uma floresta estacional semidecidual no município de Campinas, SP. Revista Brasileira de Botânica 22(3):405-412.
  • Matos, H.P. 1947. Fixação de dunas e areias movediças. Revista Florestal 6(1):47-65.
  • Miranda, R.U., Barroso, D.G., Marinho, C.S. & Carvalho, D.A.C. 1997. Estudo so-bre a vegetação em dunas de rejeito de mineração no litoral norte do Estado da Paraíba. Revista Árvore 21(3):345-351.
  • Moares, R.M., Delliti, W.B.C., Rinaldi, M.C.S. & Rebelo, C.F. 1998. Ciclagem mineral em mata atlântica de encosta e mata sobre restinga, Ilha do Cardoso,SP: nutrientes na serrapilheira acumulada.In: Anais do IV Simpósio de Ecossistemas Brasileiros Publicação Aciesp 104(2): 71-77.
  • Moura, A.E.C. 1995. Estudo das primeiras etapas sucessionais em uma área de restinga degradada na Barra do Jucú, Vila Velha,ES Vitória. UFES. Monografia em Ecologia e Recursos Naturais. 124p.
  • Moreno, P. 1977. Latencia e viabilidad de semillas de arboles tropicales. Interciencia 2:298-302.
  • Nascimento, H.E.M., Dias, A.S., Tabanez, A.A.J. & Viana, V. M. 1999. Estrutura e dinâmica de populações arbóreas de um fragmento de floresta estacional semidecidual na região de Piracicaba, SP. Revista Brasileira de Biologia 59(2):239-342.
  • Newel, S.J. & Tramer, E.J. 1978. Reproductive strategies in herbaceous plant communities during sucession. Ecology 59:228-234.
  • Nunes, J.A.A. 1998. Caracterização estrutural, fisionômica e florística da vegetação de restinga do complexo lagunar Grussaí/Iquipari - São João da Barra, RJ Campos, UENF. Dissertação de Mestrado. 104p.
  • Oliveira, R.R. 1999. O rastro do homem na floresta: sustentabilidade e funcionalidade da Mata Atlântica sob manejo caiçara Rio de Janeiro, UFRJ/PPG. Tese de Doutorado. 148p.
  • _______. & Coelho Neto, A.L. 1996. O rastro do homem na floresta: a construção da paisagem da Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul (Ilha Grande/RJ) a partir das intervenções antrópicas. Albertoa 4(10):109-116.
  • Oliveira Filho, A.T. & Carvalho, D.A. 1993. Avaliação da recomposição da cobertura vegetal de dunas de rejeito de mineração em Mataracá/PB. Acta Botânica Brasilica 7(2):107-117.
  • Rizzini, C.T. 1979. Tratado de Fitogeografia do Brasil Vol 2. São Paulo. Hucitec/EDUSP. 374 p.
  • Richards, P.W. 1952. The Tropical Rain Forest, an Ecological Study Cambridge. Cambridge University Press.
  • Rodrigues, R.R. & Leitão-Filho, H.F. 2000. Matas ciliares: conservação e recuperação São Paulo. EDUSP/ FAPESP. 320p.
  • Sá, C.F.C. 1992. A vegetação da Restinga de Ipitangas, Reserva Ecológica Estadual de Jacarepiá: Saquarema (RJ): fisionomia e listagem de angiospermas. Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 31:87-102.
  • _______. 1993. Regeneração de um trecho de floresta de restinga na Reserva Ecológica Estadual de Jacarepiá,Saquarema/RJ. Rio de Janeiro, UFRJ. Dissertação de Mestrado. 167 p.
  • _______. 1996. Regeneração em uma área de floresta de restinga na Reserva Ecológica Estadual de Jacarepiá, Saquarema/RJ: I- Estrato herbáceo. Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 34(1):177-192.
  • Sampaio, E.V.S.B., Araújo, E.L., Salcedo, I. H. & Tiessen, H. 1998. Regeneração da vegetação de caatinga após corte e queima em Serra Talhada, PE. Pesquisa Agropecuária Brasileira 33(5): 621-632.
  • Silva, M.B.R. & Zamith, L.R. 1994. Recomposição florística de restingas do Município do Rio de Janeiro. In: Anais do I Encontro Brasileiro de Ciências Ambientais. Vol 1:363-371.
  • Silva Fº, M.C. Scarano, F.R. & Cardel, F.S. 1995. Regeneration of an Atlantic forest formation in the understorey of a Eucalyptus grandis stand in southeastern Brazil. Journal of Tropical Ecology 11:148-152.
  • Silva Jr, M.C. 2001. Comparação entre matas de galeria no Distrito Federal e a efetividade do código florestal na proteção de sua diversidade arbórea. Acta Botânica Brasilica 15(1): 139-146)
  • Soffiati, A. 1996. O nativo e o exótico: perspectivas para a história ambiental na ecorregião norte-noroeste fluminense entre os séculos XVII e XX Rio de Janeiro. UFRJ. Dissertação de Mestrado. 287p.
  • Tabanez, A.A., Viana, V.M. & Dias, A.S. 1997. Conseqüência da fragmentação e do efeito de borda sobre a estrutura, diversidade e sustentabilidade de um fragmento de floresta de planalto de Piraci-caba, SP. Revista Brasileira de Biologia 57(1):47-60.
  • Tabarelli, M. & Mantowani, W. 1997. Colonização de clareiras naturais na floresta atlântica no sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Botânica 20:57-66.
  • _______. 1999a. A regeneração de uma floresta tropical montana após corte e queima (São Paulo-Brasil). Revista Brasileira de Biologia 59(2):239-250.
  • _______. 1999b. Clareiras naturais e a riqueza de espécies pioneiras em uma floresta atlântica montana. Revista Brasileira de Biologia 59(2):251-261.
  • Uhl, C., Buschbacher, R. & Serrão, E.A.S. 1988. Abandoned pastures in eastern Amazonia. I. Patterns of plant succession. Journal of Ecology 76:663-681.
  • Vasquez-Yanes, C. 1976. Estudios sobre la ecofisiologia de la germincion en una zona cálido-húmeda de México. In: Gomez-Pompa, A.; Vásquez-Yanes, C.; Rodríguez, S. Del A. & Cervera, A. B. (eds.) Investigaciones sobre la regeneración de selvas en Veracruz, México México, Compañia Editorial Continental. p.579-593.
  • Viana, V. M., Tabanez, A.J.A. & Martinez, J.L.A. 1992. Restauração e manejo de florestas tropicais. In: Anais do 2º. Congresso Nacional sobre Essências Nativas. Vol. 3:401-406.
  • Whitmore, T.C. 1990. An introduction to tropical rain forests Oxford. Clarendon Press, 226p.
  • Zaluar,H.T. & Scarano, F.R. 2000. Facilitação em restingas de moitas: um século de busca por espécies focais. In: Esteves, F. A. & Lacerda, L. D. Ecologia de Restingas e Lagoas Costeiras Rio de Janeiro. NUPEM-UFRJ. p 3-23.
  • Zamith, L.R. & Dalmaso, V. 2000. Revegetação de restingas degradadas no município do Rio de Janeiro/RJ. In: Anais do V Simpósio de Ecossistemas Brasileiros: Conservação Publicação Aciesp 109 (4):227-234.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jan-Dec 2002
Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Rua Pacheco Leão, 915 - Jardim Botânico, 22460-030 Rio de Janeiro, RJ, Brasil, Tel.: (55 21)3204-2148, Fax: (55 21) 3204-2071 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: rodriguesia@jbrj.gov.br