RESUMO
Objetivo
Avaliar o crescimento linear e o ganho de peso de lactentes com suspeita de alergia à proteína do leite de vaca, com manifestações gastrointestinais, atendidos em um ambulatório de gastropediatria.
Métodos
Estudo de coorte retrospectivo, com informações demográficas, clínicas, antropométricas e dietéticas de 84 lactentes que iniciaram atendimento entre 2015 e 2018 e foram acompanhados durante seis meses. Foram avaliados os índices estatura/idade, peso/idade e índice de massa corporal/idade em escore-z, segundo os pontos de corte da Organização Mundial de Saúde de 2006. Considerou-se crescimento acelerado (ou catch-up growth) um ganho ?0,67 escore-z nos referidos índices, avaliados em três e seis meses.
Resultados
No baseline, a mediana de idade foi 4,0 meses e 88,1% dos lactentes já estavam em dieta de exclusão. A frequência de baixa estatura foi de 15,5% e a de baixo peso foi de 8,3% e de 3,6% segundo os índices peso/idade e índice de massa corporal/idade, respectivamente. Houve elevado crescimento de recuperação durante o período de acompanhamento, mas que não configurou catch up. Nos meninos, ganhos no peso/idade e índice de massa corporal/idade foram significantes (p=0,02 e p=0,01) e próximos do limiar que caracteriza catch up: 0,58 e 0,59, respectivamente. Nas meninas, foram observados ganhos significantes na estatura/idade e peso/idade, de 0,38 e 0,37 (p=0,02 para ambos).
Conclusão
Demonstrou-se que lactentes com suspeita de alergia à proteína do leite de vaca, com manifestações gastrointestinais, deveriam ter acesso precoce ao aconselhamento nutricional para evitar exposição ao alimento alergênico, controlar sintomas e, assim, evitar a desnutrição ou garantir recuperação nutricional adequada.
Palavras-chave
Alergia à proteína do leite de vaca; Crescimento; Lactente