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Contra a Arte Bruta: sofrimento mental, segregação e arte contemporânea* *1 Este ensaio encontra maior desenvolvimento no livro de minha autoria, Lugares do delírio. Arte e expressão, loucura e política, que se enconta no prelo.

Against Raw Art: Mental suffering, segregation and contemporary art

Contre l’Art Brut: Soufrance mentale, ségrégation et art contemporain

Contra el Arte Bruto: sufrimiento mental, segregación y arte contemporáneo

O artigo apresenta o conceito “Arte bruta” e acompanha suas principais articulações nos campos da arte e saúde mental até a década de 1960. Em uma análise crítica, explicita-se como este, apesar de incitar à valorização do material artístico produzido por pacientes psiquiátricos e outros artistas fora do circuito erudito, contribui para uma categorização segregacionista dos artistas ditos “loucos”, ao adotar uma compreensão reducionista e idealizada da criação como expressão espontânea, acessível a tais sujeitos justamente por estarem “apartados da cultura”. Mostra-se ainda que tal noção, apesar de utilizada ainda hoje, foi objeto de remodelamento e renomeação - como “outsider art”, especialmente - entre 1960/1970, com a desnaturalização do isolamento dos ditos “doentes” trazida pela Reforma Psiquiátrica e o advento de mudanças significativas na concepção de arte e produção artística.

Palavras-chave
Arte Bruta; Jean Dubuffet; outsider art; arte contemporânea


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