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O que se desvela com a rotação do espelho? Da formação do eu à sensação do desejo do Outro

What is unveiled by rotating the mirror? From the formation of the I to the sensation of the Other’s desire

Que dévoile-t-on en tournant le miroir? De la formation du Je à la sensation du désir de l’Autre

¿Qué se desvela con la rotación del espejo? De la formación del yo a la sensación del deseo del Otro

Com base no esquema óptico, proposto por Lacan para identificar a formação do eu na constituição do sujeito, esta pesquisa teórico-clínica levanta a seguinte hipótese: a rotação do espelho plano desvela a fragilidade do eu. O espelho plano introduz, na formação do eu, a alteridade que parte da concepção do Outro em Lacan. Como Freud já havia conceituado, o eu é uma superfície advinda do investimento libidinal a partir da relação do infans com o Outro, substituindo-se à experiência original do corpo despedaçado. Todavia, tal despedaçamento não desaparece no engodo produzido nessa substituição, e quando se desvela, pode lançar o sujeito na angústia. Nossa vinheta clínica visa provocar a discussão que o percurso teórico advindo dessa questão suscita: quando a angústia — como sensação do desejo do Outro —, emerge para, o sujeito espatifando a imagem; ou melho, como diz nosso jovem sujeito, “espaguetificando” o eu.

Palavras-chave:
Psicanálise; linguagem; corpo; caso clínico


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