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Parasitos intestinais em comunidade quilombola do Norte do Espírito Santo, Brasil

O objetivo do presente estudo foi determinar a ocorrência de parasitos intestinais em população quilombola do Norte do Espírito Santo. Descendentes de escravos que chegaram ao Brasil a partir do século XVI, essa população estabeleceu-se no município de São Mateus no ano de 1858. Entre agosto de 2009 e julho de 2010, amostras fecais de 82 indivíduos que aceitaram participar do trabalho foram coletadas, a fresco, e, imediatamente, encaminhadas ao Laboratório de Análises Clínicas do Centro Universitário Norte do Espírito Santo da Universidade Federal do Espírito Santo para análise. Do total de participantes, 36 (43,9%) eram do sexo masculino e 46 (56,1%) do sexo feminino, cujas idades variaram de seis a 85 anos. O estudo de ocorrência das enteroparasitoses indicou que 35 indivíduos (42,7%) apresentaram-se infectados por pelo menos um parasito intestinal. Entre os helmintos, os mais frequentes foram os ancilostomídeos com taxa de 14,6%. Com relação aos protozoários, destacaram-se Entamoeba coli, Entamoeba histolytica/Entamoeba dispar e Endolimax nana com 23,2%, 8,5% e 4,9%, de frequência, respectivamente. A ocorrência de biparasitismo foi verificada em 13 dos 82 participantes do estudo, o que representa 15,8% e não foram observados casos de poliparasitismo. Conclui-se que a redução dos índices de parasitoses intestinais somente será alcançada com a melhoria das condições de saneamento básico e da qualidade de vida da população quilombola.


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