A determinação do anticorpo de superfície contra a hepatite B (anti-HBs) precedendo a vacinação tem sido aconselhada com o intuito de encontrar indivíduos já imunes, para os quais esta administração seria desnecessária. Um caso clínico é aqui apresentado, juntamente com a revisão de três casos mencionados na literatura, nos quais o anti-HBs foi positivo em pessoal hospitalar, o que justificou sua não vacinação e ausência de medidas preventivas face contaminação pelo vírus B. Malgrado esta aparente proteção pela presença do anti-HBs eles desenvolveram hepatite aguda típica pelo vírus B. No primeiro caso da literatura a subtipagem revelou que o anti-HBs do passado e a infecção atual tinham determinantes d/y diferentes. Entretanto, os outros casos relatados mostravam ser o anti-HBs, dosado por radioimunoensaio (RIE), um falso positivo. Em nosso relato de caso o soro colhido no início da hepatite aguda foi re-testado por dois métodos diferentes e igualmente sensíveis. Observou-se persistência de positividade pelo RIE porém negatividade pelo enzimaimunoensaio (ELISA) A determinação concomitante de anti-HBs e anti-HBc ou ainda dos três marcadores é uma das alternativas propostas, enquanto que outra conduta seria a não realização de qualquer teste pré-vacinação. Acreditamos que o desenvolvimento tecnológico propiciará produção de vacinas menos dispendiosas e totalmente isentas de risco em futuro próximo.