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Valor da determinação da adenosina deaminase (ADA) no diagnóstico da ascite tuberculosa

Com o objetivo de avaliar o papel da determinação da atividade da enzima adenosina deaminase (ADA) no diagnóstico da peritonite tuberculosa, foram estudados 44 pacientes. De acordo com os resultados das determinações bioquímicas, citológicas, histopatológicas e microbiológicas, os pacientes foram divididos nos seguintes grupos: G1 - ascite tuberculosa (n = 8); G2 - neoplásica (n = 13), G3 - peritonite bacteriana espontânea (n = 6), G4 -ascite pancreática (n = 2), G5 - miscelânea (n = 15). A concentração de ADA no grupo de pacientes com peritonite tuberculosa foi de 133.50 ± 24.74 U/l, significantemente mais elevada que nos outros grupos (G2 = 41.85 ± 52.07; G3 = 10.63 ± 5.87; G4 = 18.00 ± 7.07; G5 = 11.23 ± 7.66). Com um limite de corte de 31 U/l, a sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e valor preditivo negativo para diagnóstico de tuberculose foram, respectivamente 100%, 92%, 72% e 100%. Valores de ADA tão elevados quanto na tuberculose só foram encontrados nas ascites neoplásicas causadas por linfomas. Com base nestes achados, consideramos que a determinação de ADA deve ser utilizada como um teste de triagem no diagnóstico diferencial das ascites. Valores de ADA acima de 31 U/l indicam a necessidade de testes invasivos (laparoscopia e/ou biópsia peritonial, para confirmação diagnóstica).


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