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Uso prolongado da niclosamida como moluscicida para o controle do Schistosoma mansoni

Aplicações trimestrais de niclosamida foram realizadas catorze anos em focos de Biomphalaria glabrata nas coleções hídricas de Peri-Peri, (Capim Branco, MG). Anualmente, os residentes da área eram submetidos a um exame coproscópio (Kato-Katz) e os que eliminavam ovos de Schistosoma mansoni nas fezes eram tratados com oxarnniquine. O levantamento malacológico trimestral foi realizado através de dez conchadas a cada dez metros nas duas margens das valas e córregos da região. Onde eram encontrados caramujos aplicava-se o moluscicida pela técnica de gotejamento ou aspersão de suspensão aquosa da niclosamida a 3 ppm. O índice médio de caramujos eliminando cercarias na região era de 14,3%. Após as quatro primeiras aplicações, foi reduzido a 0,0% e mantido em torno de 1,5% durante o programa. Portanto, a possibilidade de transmissão da esquistossomose na área continuou, e a população de caramujos se refazia em até três meses após aplicação do moluscicida. Os resultados obtidos neste estudo não encorajam o uso contínuo de niclosamida como medida única de controle da esquistossomose, por não diminuir permanentemente a população de planorbideos e por não interromper a possibilidade de transmissão da endemia.


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